Como parte de um plano de reformulação do negócio, a rede Saraiva tem reduzido o tamanho de suas lojas, inclusive com devolução de parte das áreas para shopping centers, de maneira a diminuir o custo de ocupação, e feito alterações no portfólio. A queda na demanda de produtos ligados às áreas de filmes e músicas (como CDs e DVDs) e a necessidade de criar o que chama de um “modelo ideal de loja” abriu espaço para as mudanças.
Na sexta-feira, a empresa publicou seus resultados de abril a junho em que destaca medidas nesta direção. “Iniciamos um plano de redução do tamanho de algumas lojas no segundo trimestre dentro de uma ideia de adequar a área à realidade atual do setor e para reduzir custos de ocupação”, disse Marcus Mingoni, vice-presidente financeiro da Saraiva.
Essa estratégia foi implementada em junho na loja do Shopping Recife, e em outubro deve ser concluída uma troca de pontos dentro do shopping Iguatemi Alphaville, em São Paulo, para uma área menor. No Recife, a devolução de espaço da megaloja foi de 200 metros quadrados, cerca de 10% do total.
Questionado sobre o potencial para revisão de área dos pontos, se poderia atingir cerca de um terço das unidades – hoje são 112 lojas – Mingoni afirmou que não crê que possa chegar neste índice. “Ainda estamos avaliando caso a caso”, diz.
A empresa ainda negocia um acordo com um parceiro na área de cafeterias, para ampliar esse serviço nos pontos. Do total de 112 lojas, há cafés em cerca de 30 unidades, e a companhia mapeou potencial de abertura para um total de 65 pontos. Deve, com isso, gerar receita de locação com o espaço alugado e reduzir custo de ocupação.
No segundo trimestre, a Saraiva mostrou alguma melhora em indicadores de rentabilidade e redução de perdas, mas vendas ainda em queda. A empresa está em fase de ajustes da área de varejo desde o ano passado, quando vendeu seu braço de educação para a Somos Educação, e depois contratou a consultoria de Enéas Pestana para a reestruturação do negócio.
A receita bruta da rede alcançou R$ 405 milhões de abril a junho, uma redução de 2,4% sobre o segundo trimestre de 2015, período de vendas mais fortes, puxadas pelo boom dos livros de colorir. A receita líquida somou R$ 371 milhões, uma redução de 4,9%. Excluindo o efeito dos livros de colorir da comparação, a receita bruta teria crescido 3%. De janeiro a março essa receita subiu 3,3%, ou seja, ainda não há sinal de aceleração nesse indicador no ano.
As vendas líquidas das lojas físicas tiveram leve alta de 0,5% de janeiro a março, e de abril a junho, queda de 9,3%. O site registrou avanço de 5,8% no segundo trimestre, superior aos 2,9% dos primeiros três meses do ano.
O prejuízo de abril a junho caiu quase 35%, de R$ 23 milhões, para R$ 15 milhões, em parte reflexo de uma queda nas despesas operacionais de 3,3%, para R$ 133 milhões. A margem bruta subiu quase 3 pontos, para 36,2% – ao se retirar um impacto do INSS, que voltou a incidir sobre a folha de pagamento, a taxa sobe menos, 2,2 pontos. A margem Ebitda passou de 2,2% negativos para 0,3% positivo.
A empresa tem sido questionada por sócios minoritários nos últimos meses – como a gestora GWI – sobre a dificuldade de reação de alguns números, mesmo após plano de reestruturação iniciado em 2015. Isso acabou gerando atritos recentes entre os acionistas. Sobre a questão, o executivo diz que alguns resultados têm aparecido e ainda há um caminho a s
Fonte: Valor Econômico