Além de reduzir o número de unidades a companhia tenta corrigir os erros em coleções que causaram encalhes de produtos nas lojas
A Lojas Marisa pode continuar com a estratégia de reduzir o seu número de lojas neste ano. A empresa fechou março com 400 unidades, nove a menos do que em 31 de dezembro. No último trimestre do ano passado, mais 12 lojas haviam sido encerradas. “Sempre temos em análise um grupo de lojas com performance abaixo daquilo que desejamos e, se não houver melhoria, novos fechamentos podem acontecer”, disse na terça-feira, 3, em teleconferência com analistas, Rene Silva, diretor de vendas da companhia.
Além de reduzir o número de unidades – que é maior do que o de concorrentes que faturam mais, como Riachuelo e Renner -, a companhia também tenta corrigir os erros em coleções que causaram encalhes de produtos nas lojas. Segundo o diretor administrativo e de relações com investidores da varejista, Adalberto Pereira Santos, a empresa perdeu clientes por causa de coleções inadequadas.
“A companhia passou dois anos convivendo com problemas de coleção e necessidade de remarcação de preços”, disse o executivo. “O cliente se acostumou a ir à loja buscar os produtos em desconto. Já o bom cliente, aquele que busca moda, foi embora.”Para Santos, a Marisa passa por um período de “reconstrução”, com ajustes nas coleções e repasses da custos aos preços. “Essa reconstrução não se faz em um ou dois trimestres, nós temos consciência disso.”A diretora de compras da companhia, Janaína Machado, disse que, ao fim de março, cerca de 30% do portfólio de produtos já havia sido renovado. Ela frisou que as vendas já mostraram reação em abril.
Balanço
O resultado da Marisa no primeiro trimestre refletiu a crise econômica e as dificuldades internas da companhia. O prejuízo da companhia foi de R$ 17,2 milhões no período, três vezes maior do que o apurado há um ano. A receita caiu 10,5%, na mesma comparação, para R$ 608,5 milhões.
Entre janeiro e março, as vendas da Marisa no critério mesmas lojas (unidades abertas há mais de um ano) tiveram uma queda de 7,1%, em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
“As vendas continuam fracas diante de um cenário macroeconômico em deterioração e de problemas de execução na companhia que estão sendo gradualmente endereçados”, comentaram os analistas do Credit Suisse. Entre os avanços, o banco destacou um melhor controle das despesas no início de 2016.