Confiança dos empresários é baixa em relação à economia
A Pesquisa de Confiança dos Supermercados do estado de São Paulo (PCS/APAS) aponta em fevereiro que apenas 5,5% dos empresários do setor supermercadista estão otimistas em relação ao ambiente econômico atual e futuro. O total de pessimistas atingiu 65% dos empresários do setor de supermercados.
Conforme explicou o gerente de Economia da APAS, Rodrigo Mariano, os itens pesquisados (Inflação, PIB, Juros, Emprego, Vendas, entre outros) apontam baixo ou nenhum grau de otimismo em relação à percepção atual ou à expectativa futura.
O nível de otimismo atual em relação à atividade econômica brasileira, por exemplo, registrou 0%, ou seja, nenhum empresário acredita em uma recuperação da economia no curto prazo. “Esta realidade é verificada diante dos reflexos no baixo dinamismo, por exemplo, das vendas do setor supermercadista, que mesmo sendo um dos últimos setores afetados pela crise, já sente de maneira expressiva a crise econômica atual”, diz.
Conforme explicou o economista, a expectativa de melhora na inflação no curto prazo não existe, e este é um fator que afeta as vendas no varejo em geral, diante de um cenário de deterioração do poder de compra da população. “A inflação elevada e persistente aliado ao desempenho fraco da atividade econômica tem afetado o otimismo do setor, que apresenta desde meados de 2013 um baixo nível de confiança na economia brasileira. E este cenário vem se degradando mês após mês diante do agravamento da crise política e econômica”, comenta.
Em relação ao momento atual, o otimismo do setor supermercadista atingiu 5,7%, já o pessimismo foi verificado em 68,6%. No que diz respeito à expectativa em relação ao futuro, 5,3% apontaram otimismo, enquanto 61,3% se mostraram pessimistas.
O que chama atenção neste indicador é que o nível de otimismo em relação ao futuro (5,3%) é inferior ao otimismo em relação ao momento atual (5,7%). Isso reflete um baixo nível de “esperança” do empresário supermercadista em relação ao ambiente econômico.
“Por mais um mês, a desaceleração da economia, diante de um quadro recessivo gera um ambiente desfavorável para os negócios. Portanto, a saída para a crise econômica passa por uma definição do quadro político”, finaliza.