Com uma adega de dar inveja, um forno que assa a 800° C com chamas e uma raça de gado especialmente desenvolvida para a rede, a Fleming’s Prime Steakhouse & Wine Bar é a nova menina dos olhos dos brasileiros que trouxeram o Outback ao Brasil.
A rede de restaurantes, com foco em carne e vinhos, chegou ao país em março, sendo a primeira unidade fora dos Estados Unidos.
O investimento na primeira unidade foi de R$ 7,5 milhões e a companhia espera abrir cerca de dois restaurantes todo ano pelos próximos 5 anos.
“Já estamos olhando para a segunda unidade, em São Paulo ou Rio de Janeiro”, disse Mauro Guardabassi, presidente da Fleming’s no Brasil.
A marca faz parte da Bloomin’ Brands, grupo norte-americano que controla o Outback e a Abbraccio Cucina Italiana. Mas, ao contrário das duas outras redes, que no Brasil têm controle majoritário da empresa americana, a exploração da marca Fleming’s no Brasil é controlada por três brasileiros.
“Uma coisa nossa”
Peter Rodenbeck, Salim Maroun e Mauro Guardabassi eram os antigos donos da marca Outback aqui no Brasil desde 1997.
Em 2013, a Bloomin’ Brands comprou o controle da operação brasileira como parte de sua estratégia de expansão internacional. A rede com inspiração australiana era 80% da companhia americana e 20% dos sócios brasileiros, que continuaram no comando.
O sucesso por aqui era tanto que, em 2015, o grupo trouxe outra marca para o país. A Carrabba’s Italian Grill foi rebatizada de Abbraccio Cucina Italiana e já tem 4 restaurantes – e mais 2 em construção.
Mas os três brasileiros sonhavam mais longe. “No fundo, a gente queria uma coisa nossa. Trabalhamos 18 anos juntos e dava muito certo, por isso buscamos o direito de explorar a Fleming’s no Brasil”, disse Guardabassi.
Assim, a nova rede de restaurantes tem controle brasileiro, sendo uma empresa separada da Bloomin’ Brands, afirmou o presidente.
Preparação e treinamento
Os preparativos para abrir a rede começaram há cerca de três anos. A razão para tanta antecedência é porque foi preciso criar uma nova raça de bois completamente nova.
Nos Estados Unidos, a Fleming’s usa apenas a variedade USDA Premium, que corresponde a apenas 2% do gado do país. No Brasil, no entanto, não existia uma carne com as características desejadas, então a empresa criou uma.
O novo gado Fleming’s Prime é uma mistura de 50% de Wagyu, gado japonês especial, 25% Angus, originário da Escócia e 25% Nelore, raça indiana.
A combinação resulta em uma carne mais marmorizada, ou seja, com mais gordura entremeada e, portanto, mais macia e suculenta.
Além de interferir na genética do boi, a rede também se preocupou com a sua criação. Ele só se alimenta de uma ração com alto teor energético e fica confinado por 410 dias, muito mais do que o normal, para garantir a maciez da carne.
O tratamento especial à carne não termina aí. Os bifes, incrivelmente altos, são assados em um forno a 800°C, enquanto uma chama sela a carne para nenhum líquido se perder. Importado, o forno custou cerca de 90 mil reais.
As carnes seguem o corte norte-americano, que é diferente do churrasco tradicional brasileiro. No entanto, a marca precisou incorporar a brasileiríssima picanha ao cardápio para agradar o paladar brasileiro.
Além das carnes, o vinho é outro ponto alto da casa, com 100 vinhos disponíveis em taças.
Para ajudar a escolher entre tantas opções, cada mesa tem um tablet equipado com um aplicativo que expõe todo o menu de vinhos, drinks e cervejas artesanais.
As opções podem ser separadas por tipo de bebida, humor ou até qual irá harmonizar melhor com o prato escolhido.
A empresa trouxe dois mixologistas dos Estados Unidos, que ficarão 3 meses ensinando a equipe brasileira a preparar os drinks assim como são feitos por lá.
Para aprender tudo o que podiam com a matriz, 9 pessoas voaram para a Califórnia e passaram 7 meses trabalhando em unidades americanas.
Assim como nos Estados Unidos, cada restaurante da rede brasileira tem dois sócios – um que se preocupa com a parte operacional e outro que lida com a cozinha – no restaurante Cidade Jardim, os partners são Roseli Miranda e Jean Paul Maroun, respectivamente.