28/08/2015 às 05h00
Por Renato Rostás | De São Paulo
Dados melhores do que o esperado da economia americana animaram o mercado e o petróleo recuperou parte de suas perdas nos últimos dias, em meio também à redução dos temores quanto à China. Ontem, o barril do Brent subiu 10,3% e terminou em US$ 47,56 em Londres. O WTI, em Nova York, avançou em mesmo ritmo, para US$ 42,56. Foram as maiores altas em seis e sete anos, respectivamente. Durante o dia, os Estados Unidos anunciaram patamar de pedidos de segurodesemprego abaixo do esperado 271 mil, contra perspectiva de 273 mil , indicando atividade mais intensa do que o projetado. Além disso, o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre foi revisado, de um crescimento de 2,3% para expansão de 3,7% também maior que as estimativas. “O ambiente ainda é de forte demanda por gasolina [nos EUA] e queda na produção petrolífera, o que pode sustentar os preços da commodity até o fim do ano”, escreveu a consultoria Capital Economics em relatório. O indicador de estoques de petróleo bruto e combustível no mercado americano, divulgado na quartafeira, quando observado em tendência mensal, voltou a cair, também dando um respiro à cotação da commodity. Ajudou ainda contra o pessimismo dos investidores a recuperação das bolsas chinesas. O índice acionário Xangai Composto avançou 5,34% no pregão e impulsionou a maior parte das commodities. O cobre fechou a US$ 5.140 a tonelada, ganho de 4,2% e maior nível em oito sessões. Enquanto isso, o níquel subiu 5,1%, para US$ 10.060, o alumínio ganhou 1,4%, para US$ 1.553,50, e o zinco teve valorização de 3%, para US$ 1.752. Para Leon Westgate, analista de commodities do Standard Bank, o alumínio, que há alguns dias gira em torno da estabilidade, pode ter encontrado seu “fundo do poço”. A expectativa é que o fechamento de posições vendidas, formadas no momento de pior confiança, ajude a impulsionar a cotação. No caso do cobre, o cenário, lembra Westgate, ainda é de baixos estoques, mas fundições chinesas seguem reduzindo vendas. Praticamente alheio à volatilidade gerada pela turbulência no mercado chinês, contudo, o minério de ferro voltou a ser negociado perto da estabilidade. Os preços são sustentados pelos estoques ainda baixos na China. A commodity com teor de 62% de ferro, vendida no porto chinês de Qingdao terminou em US$ 53,93 por tonelada, leve alta de 0,5%. O recuo na semana, por outro lado, ainda é próximo de 3%, e no ano, passa dos 25%.
Valor Econômico – SP