07/04/2015 às 05h00
Por Cibelle Bouças | De São Paulo
O mercado brasileiro de brinquedos encerrou o ano de 2014 com crescimento de 15,8% em receita de vendas, para R$ 5,16 bilhões. Para o ano de 2015, a expectativa do setor é manter ainda um ritmo aquecido, com expansão de pelo menos 15%, chegando a R$ 5,93 bilhões em receita. Os dados são da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). Synésio Batista da Costa, presidente da Abrinq, disse que a indústria nacional foi favorecida no período pelo crescimento da demanda por brinquedos relacionados a marcas de personagens nacionais, como Galinha Pintadinha, Turma da Mônica, Peixonautas e Patati Patatá. “Com o crescimento do número de marcas nacionais de personagens infantis a indústria nacional de brinquedos conseguiu ganhar mercado sobre importados”, afirmou Costa. De acordo com os dados da Abrinq, as vendas de produtos nacionais avançaram 18% no ano passado, chegando a R$ 2,74 bilhões. As importações tiveram um crescimento menos intenso no período, de 13,4%, para R$ 2,34 bilhões. Do total de importações feitas no ano passado, 81,6% vieram da China. As importações do México representaram 3,1% do total comprado no exterior. Em seguida estão produtos da Malásia (3,0% do total) e Indonésia (2,9%). O executivo observou que as indústrias nacionais lançaram no ano passado 1,4 mil tipos de brinquedos e, neste ano, devem ampliar o número de lançamentos para 1,5 mil. Ao todo, a variedade de brinquedos no país chegará a 4,2 mil em 2015, ante 4 mil em 2014. “O volume grande de produtos também ajuda no enfrentamento com os produtos chineses”, disse o presidente da Abrinq. Além do aumento na variedade, o executivo considera como fator favorável às indústrias locais o aumento nos custos de importação de brinquedos por conta da alta do dólar. Mas lembra que as indústrias locais também tiveram aumento nos custos. Segundo ele, de janeiro a abril o preço da resina plástica subiu 18,5%. Os gastos com mão de obra tendem a aumentar a partir de maio, quando o setor discute o reajuste salarial. “Outro fator de preocupação é a mudança na desoneração da folha [de pagamentos]. Se a mudança vier, vai encarecer os brinquedos nas lojas em 3,5%”, disse.
Valor Econômico – SP