04/03/2015 às 05h00
Por Stella Fontes | De São Paulo
O grupo alemão Merck, que atua nas áreas farmacêutica e química, se prepara para uma nova rodada de expansão da fábrica de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, a empresa, que está entre as dez maiores farmacêuticas do país, projeta expansão de 8% nos negócios locais em 2015. Depois de encerrar em agosto de 2012 o projeto de duplicação da área produtiva e implantação de três novas máquinas de medicamentos no Rio, a gigante europeia pretende, agora, elevar de 10% a 30% a capacidade na unidade fabril, que já atingiu a marca de 1,2 bilhão de comprimidos produzidos no ano. Em 2013, a Merck já havia inaugurado seu novo centro de distribuição, com investimentos de R$ 21 milhões e ampliação de 60% da capacidade total de armazenagem, com vistas a dar suporte ao novo volume de produção. “Os mercados emergentes puxaram o crescimento do grupo no ano passado. A América Latina teve posição de destaque e o Brasil é o principal mercado na região”, disse ao Valor o principal executivo da Merck Serono na América Latina e gerentegeral interino do grupo no Brasil, Lawrence Ganti. A unidade de Jacarepaguá, além de medicamentos (comprimidos, cápsulas e xaropes), é voltada à produção de itens de consumo e materiais para filtros solares e detergentes. Com a expansão de 2012, uma parcela de fármacos da Merck que antes eram importados e comercializados no Brasil passou a contar com fabricação local. A partir da nova ampliação, a unidade brasileira poderá abastecer outras regiões da América Latina. Diante do novo ciclo de crescimento, contou o executivo, a Merck deverá ampliar em 5% a 10% seu quadro de funcionários no Brasil. Um dos focos de crescimento do grupo está justamente no maior intercâmbio de profissionais brasileiros. “Vejo muitos indianos, chineses em outros escritórios do grupo, mas não vejo muitos brasileiros. Queremos dar essa oportunidade aos profissionais do país”, contou. Um dos reconhecimentos da qualificação do Brasil foi a escolha da operação brasileira, junto com outras unidades do grupo ao redor do mundo, para participar das pesquisas de desenvolvimento de um novo tratamento oncológico que serão conduzidas em parceria com a americana Pfizer. O acordo entre as companhias foi anunciado em novembro do ano passado. Para este ano, a previsão é a de crescimento de 8% dos negócios do grupo no Brasil, em linha com a previsão da indústria farmacêutica nacional, influenciado principalmente pela área farmacêutica, que está sob o guardachuva da Merck Serono. “Foi um bom ano para a Merck” e esse desempenho também reflete a reestruturação iniciada em 2010, com direcionamento dos negócios a determinadas áreas estratégicas, disse o executivo. No ano passado, as vendas do grupo cresceram 5,5%, para 11,3 bilhões, influenciadas tanto por crescimento orgânico quanto pela aquisição da britânica AZ Electronic Materials. Já o resultado antes de juros e impostos (Ebit) subiu 9,4%, para 1,8 bilhão, enquanto lucro líquido atribuído aos acionistas declinou 3,7%, para 1,16 bilhão o grupo afirmou que o resultado 2013 embutia efeito positivo de itens não recorrentes. Em relatório que acompanha o balanço financeiro, o presidente do conselho de administração da Merck, KarlLudwig Kley, afirmou que todos os setores de negócio do grupo cuidados com a saúde, ciências da vida e materiais de performance contribuíram para os bons resultados de 2014. “Com a aquisição da AZ, a oferta de compra da SigmaAldrich e a aliança com a Pfizer em imuno oncologia, nós estabelecemos as fundações para o crescimento futuro”, disse.
Valor Econômico – SP