04/12/2014 Reuters O anúncio vem com o redesenho da parceria com Luís Stuhlberger, um dos gestores mais respeitados do país, por meio da Credit Suisse Hedging-Griffo Prestes a mudar a parceria com o gestor Luís Stuhlberger, o Credit Suisse anunciou ontem o lançamento de um fundo multimercado no Brasil, que abre para captação em 2015. Batizado de Gauss, o fundo criado em outubro com recursos do próprio grupo suíço será comandado por Fábio Okumura, que deixou o Itaú Unibanco em março neste ano. O objetivo da instituição é que o fundo atinja rentabilidade equivalente a 150% do CDI, tendo como parâmetro um teto de volatilidade de 4,5%. O presidente do Credit Suisse no Brasil, José Olympio Pereira, evitou citar metas de captação, mas disse que as metas são ambiciosas. O anúncio vem com o redesenho da parceria com Stuhlberger, um dos gestores mais respeitados do país, por meio da Credit Suisse Hedging-Griffo, fundada por ele. Queremos ter novas opções de investimentos para nossos clientes, disse Pereira a jornalistas. Stuhlberger está deixando o Credit Suisse para abrir sua própria gestora, a Verde AssetManagement, que terá o Credit como minoritário e começa a funcionar em janeiro, com cerca de 31 bilhões de reais sob gestão e um time de 70 funcionários. José Olympio Pereira e outros executivos do Credit Suisse se mostraram moderadamente otimistas para o mercado de capitais brasileiro em 2015, avaliando que sinalizações positivas da equipe econômica do governo Dilma Rousseff para corrigir distorções atuais podem ajudar a restaurar a confiança dos investidores no país. Para Marcelo Kayath, diretor responsável de renda fixa e variável do Credit Suisse na América Latina, o mercado brasileiro tende a repetir no próximo ano o desempenho de 2013, quando 10 empresas nacionais decidiram abrir o capital na bolsa. Neste ano, apenas uma companhia, a Ouro Fino Saúde Animal estreou na BM&FBovespa.Estou confiante de que haverá melhora em 2015; podemos ter surpresas, disse Kayath, acrescentando que vê oportunidades nos setores de varejo e de serviços financeiros. Para o diretor responsável da área de banco de investimentos do Credit Suisse, Fabio Mourão, o mercado de fusões e aquisições deve mostrar resiliência, a exemplo de 2014, com um volume financeiro de cerca de US$ 83 bilhões, em linha com anos anteriores. Houve um amadurecimento desse setor no Brasil, o investidor está pensando no longo prazo, menos preso ao cenário cíclico, disse Mourão. Apesar do otimismo com oportunidades de negócios, o Credit Suisse vê um ano difícil do ponto de vista macroeconômico para 2015, prevendo a primeira alta anual do desemprego desde 2009, chance de uma em quatro de racionamento de energia elétrica e inflação pelo IPCA de 6,7%, acima do teto da meta oficial. Porém, as primeiras sinalizações positivas do governo Dilma, ao indicar maior ortodoxia na condução da economia, devem ser suficientes para evitar que o país perca a categoria de grau de investimento pelas agências de classificação de risco de crédito, disse Stuhlberger. Além disso, os desdobramentos das investigações de escândalo de corrupção na Petrobras não devem diminuir o interesse dos investidores internacionais por projetos de infraestrutura no Brasil, disse Pereira
Brasil Econômico – SP