19/11/2014 às 05h00
Por Bruno Peres | De Brasília
Como parte do processo de transição para o próximo mandato da presidente Dilma Rousseff, o Palácio do Planalto orientou todo o primeiro escalão do governo a reunir e consolidar informações de suas respectivas gestões e apresentar perspectivas e metas para o início do próximo governo.
Em outra frente, o governo Dilma também iniciou um movimento para reaproximar-se do setor produtivo, que nos últimos anos reclamou da falta de diálogo com o Executivo. A própria presidente deverá representantes do setor privado em reuniões em Brasília.
Segundo apurou o Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor, mais do que facilitar transição de equipes, a intenção do Palácio do Planalto é propor uma “agenda positiva” para o governo, em um esforço de diluir a agenda desfavorável da reta final do primeiro mandato da presidente Dilma, sobretudo após o avanço da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal.
Hoje, por exemplo, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, aproveitará a reunião do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), presidido por ela, para apresentar o balanço de ações ambientais do governo federal executadas no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff. O protocolo deverá ser seguido por outras áreas do governo ao longo das próximas semanas.
A retomada dos contatos com o meio empresarial também terá início imediato. O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, fará hoje ato no Palácio do Planalto para registrar o início das atividades dos grupos de trabalho formado por integrantes do governo e do setor privado com a finalidade de elaborar propostas de medidas de estímulo ao setor industrial.
O empresário Jorge Gerdau, que coordena a Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade – órgão de assessoramento da Presidência – e o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, são alguns dos integrantes desses grupos de trabalho proposto pelo governo.
A reunião de hoje com representantes da indústria, nos mesmos moldes de encontro preparatório realizado na semana passada, ocorre em meio a um quadro crítico do setor, conforme relatou o presidente da CNI na ocasião, ao afirmar que não haverá revisão das projeções da entidade para o ano, apesar da queda da confiança da indústria e das demissões no setor, a despeito da política de desoneração da folha de pagamentos que beneficiou diferentes segmentos.
Valor Econômico – SP