13/11/2014 Os ativos de crédito não ocupam o pedaço que deveriam nas carteiras dos fundos de pensão. A queda do juro real nos últimos 15 anos vai levar as fundações a buscarem cada vez mais alternativas de investimento que não somente os títulos públicos para superar a meta atuarial. A conclusão foi apresentada pela equipe da Vinci Partners durante o 35º Congresso Brasileiros dos Fundos de Pensão. De acordo com o sócio-diretor da Vinci Partners, Fernando Lovisotto, o desempenho do juro real no período está levando a uma migração dos investimentos para vários tipos de ativos, como Bolsa, private equity, e o crédito é uma dessas opções, embora ainda tenha uma participação pequena. O executivo explica que hoje a maior parte da alocação dos fundos de pensão está em renda fixa (85%), seguida de renda variável (10,80%), estruturados (4,40%) e, exterior (0,20%). Este último está começando a surgir, diz, acrescentando que, como o Brasil é um país que durante muito tempo pagou juros alto, faz sentido esse composição. Ele chama atenção, no entanto, para o fato que a maior concentração está em títulos públicos NTN-C e NTN-B -. Quando vai entrando dentro do fundo o que se vê é que há uma melhora significativa na parcela de títulos públicos ligados a inflação e, dentro desta parcela, 26% estão ligados a créditos bancários LF e CDB -, ainda não é crédito voltado para empresas e projetos, diz. Ele observa, no entanto, que este perfil não é válido por muito tempo num cenário de expectativa de taxa de juro menor e, avalia, que o crédito não bancário é uma das primeiras alternativas para buscar retornos acima da meta atuarial. De acordo com o executivo, as operações de crédito pagam um spread em relação aos títulos públicos para compensar três fatores: menor liquidez, risco de contraparte, ou seja, o rating dele é sempre pior que o do governo federal e, por ter prazo mais longo. Ele destaca ainda que boas alternativas ao ALM das fundações que define alocação alvo nas classes de ativos para fazer frente ao passivo são os CRIs, debêntures e títulos de crédito com garantia real, debêntures privadas de infraestrutura (saneamento setor elétrico e logística). Esses títulos oferecem retornos superiores aos dos títulos públicos, além de serem indexados a inflação e possuírem prazos mais longos, casando com o passivo dos fundos de pensão, avalia.
Brasil Econômico – SP