13/11/2014 Sonia Filgueiras Ministro da Indústria e Comércio avalia que críticas são superficiais e frágeis e defende que os investimentos em infraestrutura serão, em breve, os principais impulsionadores da expansão da demanda das famílias O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, defendeu ontem a política governamental adotada no governo Dilma de crescimento baseado no consumo, mecanismo que, para muitos críticos do governo, estaria esgotado e seria hora de mudar para um padrão de crescimento baseado em investimento. Após qualificar este tipo de avaliação como superficial e frágil, Borges afirmou que ele é fruto ou de desconhecimento, ou mais um artefato ideológico, mais um que a gente vem enfrentando. As declarações foram durante o seminário internacional Indústria para quê? Temas, perspectivas, instituições e políticas,organizado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). Após o evento, o ministro afirmou que, a partir do piso de R$ 2,40, o nível da taxa de câmbio é relativamente competitivo. Mas ressalvou que, para ele, o mais importante, do ponto de vista da política econômica e industrial, não é o nível da taxa. O que importa em relação ao câmbio é a estabilidade, mais que o nível, disse. Óbvio que, do ponto de vista do exportador, câmbio de R$ 2,50 é melhor que de R$ 2,40, mas melhor que o nível é a estabilidade cambial, quer fique em R$ 2,45, R$ 2,46, acrescentou. Segundo Borges, o Brasil vem seguindo um modelo de crescimento com inclusão social que permitiu um grande salto da demanda das famílias. Ou seja, a inclusão de famílias em faixas de renda mais elevadas permitiu a expansão da demanda por mais bens, induzindo a expansão do investimento. Para ele, o padrão de crescimento com inclusão não mudará. Temos um enorme espaço para crescer enquanto sociedade de consumo de massa declarou. O Brasil está longe de se tornar um país desenvolvido, com uma renda per capta média de US$ 30 mil. Temos uma renda per capta entre US$ 12 mil e US$14 mil dólares, dependendo da conta que se faça. A mudança, afirmou Borges, se dará no mix do crescimento. Se antes o investimento era induzido pela demanda das famílias por mais bens, no próximo ciclo os investimentos, em especial em infraestrutura, induzirão a expansão da demanda das famílias. O ministro também apontou a elevação da produtividade da indústria como elemento crítico para o crescimento nos próximos anos. Hoje a produtividade brasileira é um quarto da produtividade americana, o país economicamente líder no mundo. Nossa produtividade é muito baixa, estamos muito aquém do nosso patamar de desenvolvimento econômico, afirmou, acrescentando que os investimentos em infraestrutura ajudarão a endereçar o problema. Borges afirmou que a queda do emprego na indústria reflete o baixo nível do PIB deste ano. Nossa expectativa, numa posição mais otimista, é o mesmo nível da produção industrial do ano passado. Acredito que qualquer coisa abaixo disso vai resultar em uma taxa negativa de emprego na indústria, o que é muito ruim, afirmou, acrescentando esperar que no ano que vem seja melhor e recuperemos o emprego.
Brasil Econômico – SP