06 de Novembro de 2014
Por Tatiana Reckziegel e Andreas Müller
Todeschini está passando por uma pequena transformação. Com o mercado dando sinais de desaquecimento, a maior fabricante de móveis da América Latina decidiu fazer uma reavaliação geral de seus processos e práticas de gestão especialmente do jeito como suas fábricas interagem com as redes de lojas. A prioridade, mais do que aumentar as vendas, é fortalecer as operações no varejo, tornando-as mais eficientes e resilientes a épocas de mercado retraído. Não adianta mais termos aquela falsa ilusão de que basta vender muito. É preciso vender com margem e qualidade, focado na satisfação do cliente, explica Nereu Conzatti, diretor comercial da marca Todeschini uma das seis grifes de móveis planejados administradas pelo Grupo Todeschini S/A. Costumo dizer que a obrigação da nossa marca é tornar os consumidores felizes.
A reestruturação, combinada com a morosidade do mercado de móveis, levou o Grupo Todeschini a fechar 2013 com um faturamento bruto de R$ 889,1 milhões uma queda de 1% em relação ao ano anterior. Mesmo assim, a empresa conseguiu ampliar seus lucros para R$ 202 milhões. Internamente, fizemos uma gestão forte de custos e, assim, conseguimos preservar nossas margens, explica Conzatti. A marca Todeschini, diz ele, também vem apostando na inovação como forma de ampliar seus resultados. Especialmente no processo de integração entre fábricas e lojas que está sendo intensificado.
Enquanto isso, o setor se esforça para retomar o crescimento. Para o ano passado, a expectativa era de que as vendas da indústria moveleira crescessem até 5%. Mas, com o cenário desfavorável, o índice não passou de 2,5%. As indústrias fizeram investimentos pesados em ampliação de parques fabris, aquisição de maquinário e tecnologia e o mercado não respondeu, lamenta Ivo Cansan, presidente do Sindicato das Indústrias de Móveis do Rio Grande do Sul (Movergs).
Para este ano, a projeção de crescimento do setor é de pelo menos 4%, segundo a Movergs. Mas deve ser difícil chegar lá. Mesmo tendo redução do custo de algumas matérias-primas e incentivos como o IPI e o Minha Casa Melhor, do governo, o segundo trimestre foi o pior dos últimos quatro anos, alerta Cansan. A Todeschini, como se vê, tem trabalho pela frente.
Revista Amanhã on-line – RS