30/10/2014 às 13h19
Por Adriana Mattos | Valor
SÃO PAULO – O comando da Via Varejo, formada da união de Casas Bahia e Ponto Frio, acredita que haverá recuperação nos níveis de consumo no próximo ano, disse o diretor de relações com investidores e planejamento estratégico, Marcelo Rizzi de Oliveira, nesta quinta-feira. Com base no desempenho de vendas em outubro, a empresa está encorajada a acreditar que o quarto trimestre será forte, disse Líbano Barroso, presidente da Via Varejo, em teleconferência com analistas.
A companhia apresentou na noite de quarta-feira balanço de resultados de terceiro trimestre, com ganhos nas linhas relacionadas aos índices de rentabilidade. Os principais indicadores ficaram acima do projetado por analistas de mercado relatórios consultados pelo Valor previam alta média de lucro líquido de 8% e o número cresceu 18,6%.
Como já informado em balanço preliminar dias atrás, as vendas líquidas subiram apenas 0,7% de julho a setembro, para R$ 5,3 bilhões, mas a margem bruta subiu 1,4 ponto, para 32,8%, o lucro bruto cresceu 5,4%, para R$ 1,74 bilhão e a margem Ebitda foi a 9,8%, alta de 1,1 ponto.
Segundo Barroso, a captura de eficiências operacionais levou à alta de margem bruta e de lucro bruto. Além disso, ele disse que níveis de margem líquida ajustada e margem Ebitda foram recordes na empresa no terceiro trimestre. A empresa não detalhou as novas ações que levaram a ganhos maiores de eficiência operacional, e analistas acreditam que ações passadas têm sustentado economias internas.
A Via Varejo abriu 29 lojas até setembro e, portanto, faltam 41 aberturas, no período de três meses, para bater a meta de 2014, de 70 inaugurações. Cerca de 80% das inaugurações deste ano serão da rede Casas Bahia, disse Barroso, pelo perfil de atendimento mais focado na classe C, que tem crescido no país.
Ponto Frio
Sobre o projeto de venda por meio de carnês de crediário no Ponto Frio, que começou neste segundo semestre, a empresa informou que cem lojas da rede estarão oferecendo essa opção de pagamento até o fim do ano.
A direção da empresa foi questionada por analistas sobre a estratégia para Ponto Frio e os resultados em vendas, abaixo da média da empresa. Vemos o Ponto Frio como uma imensa oportunidade de crescimento na empresa, respondeu Barroso aos analistas, após detalhar medidas focadas na evolução do modelo de lojas da rede. As vendas líquidas do Ponto Frio caíram 6,8% de julho a setembro, enquanto as da Casas Bahia cresceram 2,7%.
A companhia informou ainda que foram feitas negociações estruturadas com a indústria para vendas na data da Black Friday, evento promocional do varejo no fim de novembro. A expectativa da companhia é que repita a o desempenho do ano passado, não detalhado. Informações que circulam no mercado é que a Black Friday equivaleu a um 13º mês em vendas na empresa.
A Via Varejo diz ainda ter definido novas medidas para renegociar com clientes inadimplentes. Entre as ações está a criação de 300 novas posições em call center para renegociar atraso de pagamento de consumidores. Mas Barroso ressaltou que níveis de inadimplência não cresceram na companhia.
Natal
Sobre as vendas de Natal, a empresa se diz otimista, informou que está preparada e ressaltou que estoques no fim de junho para fim de setembro cresceram cerca de R$ 350 milhões. Em relação ao ano passado, porém, há queda no valor estocado de R$ 3,1 bilhão em setembro de 2013 para R$ 2,8 bilhões em setembro de 2014. Neste período, níveis de estocagem já estão basicamente formados para atender o fim de ano.
A direção da companhia ainda ressaltou que os juros ao cliente devem ser mantidos, apesar de alta na Selic anunciada nesta quarta-feira. Na prática, as taxas na empresa já subiram: variavam de 5% a 5,5% no ano passado e neste ano estão entre 5,5% e 6%. Desde janeiro, a Selic subiu de 10,5% para 11,25%.
Valor Econômico on-line – SP