17/10/2014
Por Renato Rostás | De São Paulo
O desempenho da varejista francesa Carrefour no Brasil e na Argentina impediu uma queda na receita total do grupo durante o terceiro trimestre. Prévia operacional publicada ontem pela companhia mostra vendas praticamente estáveis no período, com uma leve variação negativa de 0,1%, ante os mesmos meses de 2013, somando 21,08 bilhões.
O efeito cambial mais uma vez mitigou o crescimento da empresa, mas a queda dos preços da gasolina que o grupo comercializa em alguns países também pesou consideravelmente. Desconsiderando esses dois fatores, a receita global da varejista comandada por Georges Plassat teria avançado 2,8%.
Mesmo com esses efeitos, as operações internacionais do Carrefour registraram aumento de 0,8% nas vendas, para 11,04 bilhões. Sem considerar esses impactos, a expansão foi de 5%. Brasil e Argentina foram os principais responsáveis pela melhora, com a América Latina sendo a única região em que a rede atua que demonstrou alta.
A receita da francesa no mercado latino-americano subiu 6,9%, para 3,97 bilhões. As vendas sob o quesito “mesmas lojas” (unidades em funcionamento há pelo menos um ano) avançaram 13,7%, com o Brasil crescendo 7,7% e a Argentina, 30,5%.
O crescimento orgânico, que exclui as variações cambiais e considera todas as lojas em operação, foi ainda mais expressivo: 18,5% na América Latina no terceiro trimestre – 12,8% no Brasil.
Apresentação divulgada em paralelo à prévia de desempenho atribuiu a expansão na operação brasileira a melhoras nos hipermercados e na rede Atacadão, de “atacarejo”, que vende a pequenos e médios varejistas e também ao consumidor final.
Enquanto isso, na Ásia, a receita do grupo caiu 3,6%, para 1,76 bilhão. Nos países europeus fora a França houve queda de 1,8%, para 5,31 bilhões. No mercado doméstico, o Carrefour também sofreu. As vendas no mercado francês somaram 10,04 bilhões, recuo de 1,1%. Tanto supermercados quanto hipermercados tiveram redução nas vendas. Já lojas de conveniência e outros formatos mostraram crescimento de 4%.
Os modelos menores de loja são foco da companhia também no Brasil. Neste segundo semestre, a varejista anunciou duas novas bandeiras no país que seguem esse formato: a Carrefour Express, de minimercados, e a Supeco, de “atacarejo”.
Valor Econômico – SP