Número de vagas no Estado volta a crescer
No mês passado, saldo de emprego com carteira assinada foi de quase 3 mil e representa inversão da tendência de queda registrada desde maio
O Rio Grande do Sul registrou o menor saldo de criação de vagas de trabalho com carteira assinada para um mês de setembro desde 2005. Ao mesmo tempo, os 2.955 empregos representam uma inversão de tendência. Foi o primeiro mês com saldo positivo desde maio.
A expansão de vagas no Estado em setembro foi puxada pelos setores de serviços e comércio 3,5 mil e 3,4 mil vagas, respectivamente. A indústria de transformação registrou retração de 4,7 mil postos, especialmente em razão do desempenho do segmento de borracha e fumo, com redução de 3 mil empregos.
No país, o saldo em setembro foi o menor para o mês em 13 anos. Segundo o Ministério do Trabalho, no mês passado foram geradas 123.785 novos postos no país. Nos nove primeiros meses do ano, foram 904.913 novas vagas de trabalho formal. É o menor saldo para esse período do ano na série histórica disponibilizada pelo governo desde 2004.
Apesar do desempenho ruim na comparação com os outros anos, a geração de empregos em setembro no Brasil alcançou o melhor nível desde fevereiro. Os setores que mais ampliaram a oferta de vagas no mês passado foram serviços, comércio e indústria de transformação. O recuo na agropecuária quase 9 mil foi influenciada pelo fim da colheita da maior parte das safras.
DESEMPENHO DO COMÉRCIO EM SETEMBRO SURPREENDE
Segundo o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Gonçalves, os dados mostram um mercado de trabalho resistente dentro de um cenário macroeconômico com outros indicadores ruins. Para o especialista, há possibilidade de que o momento mais desfavorável do emprego no país tenha ficado trás. E comentou que o desempenho do comércio surpreendeu:
Já havia ido bem no mês anterior e continuou indo bem.
Na avaliação do ministro do Trabalho, Manoel Dias, o recuo na geração de vagas neste ano reflete necessidade menor de mão de obra. Disse ainda que há má vontade da imprensa ao noticiar os números e não há sentido em comparar os dados deste ano com o mesmo período do ano passado, pois, segundo o ministro, a tendência é sempre de queda.
Não estamos vivendo o pleno emprego? Se gerássemos 200 mil empregos (em setembro), não teríamos onde colocar. A tendência natural é que, a cada ano, diminua a necessidade de novos empregos argumentou Dias.
O ministro manteve a expectativa de que o país feche o ano com a criação de 1 milhão de postos de trabalho. De acordo com Dias, o número será tranquilamente alcançado, apesar de dezembro tradicionalmente ser um mês de fechamento de vagas por causa do fim das contratações temporárias de Natal.
Zero Hora – RS