O comércio varejista já está se preparando para as contratações que antecedem as festas de fim de ano, e os shoppings do Rio já estão com vagas abertas para temporários. A expectativa do setor para 2017 é de alguma recuperação das vendas e, por isso, o número de vagas em todo o país deve chegar a 140 mil, um aumento de 5,2% em relação às 133 mil geradas em 2016. A projeção é do economista Fábio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio (CNC). A entidade está finalizando o estudo sobre as contratações.
Mas, apesar do otimismo no país, o prolongamento da crise econômica no Rio deve congelar a geração de oportunidades, e o estado deve manter o mesmo número de vagas de 2016: 10 mil.
— O Rio responde historicamente por 9% das vagas do varejo do país. Por isso, se nacionalmente a contratação chegar a 140 mil pessoas para trabalhar no fim de ano, o correto seria o estado gerar entre 13 mil e 14 mil vagas. Mas, por causa da crise, o Rio mantém a trajetória de queda na geração de vagas formais. Serão 4 mil postos a menos, com 10 mil temporários. No primeiro semestre, a queda no varejo foi de 3%, ou seja, o Rio foi o estado com pior desempenho. E o setor, proporcionalmente, foi o que mais demitiu. Sem emprego, não tem venda; sem venda, não tem emprego — observou Bentes.
Para o presidente do Clube de Diretores Lojistas (CDL-Rio), Aldo Gonçalves, apesar da crise, a expectativa do comércio é que as vendas deste fim de ano sejam melhores do que o resultado registrado no ano passado.
— O desempenho nas datas comemorativas desse ano foi um pouco melhor. Acho que 10 mil vagas é um número factível — disse ele.
Para a consultoria de recursos humanos Luandre, houve aquecimento do mercado, e a expectativa é um aumento de 18% nas vagas temporárias. A empresa busca profissionais para preencher 150 postos no Rio.
Chance de voltar ao mercado
Para muitos, a vaga temporária é a chande de voltar ao mercado de trabalho. Dos contratados no período, cerca de 15% a 20% conseguem efetivação. Diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos, Jaqueline Arruda acredita que haverá concorrência para as vagas.
— É preciso compromisso. Uma vez trabalhando, cuidado com a tentação do celular durante o expediente!— alertou Jaqueline.
Seguir para outra área também deve ser considerado.
—Temos que nos adaptar e desenvolver habilidades — diz Célia Silverio, gerente de Gestão de Pessoas da AGR Consultores.
Fonte: Extra