16/10/2015 às 05h00
Por Cibelle Bouças | De São Paulo
A holandesa Heineken, terceira maior cervejaria do mundo atrás da AB InBev e da SABMiller, informou ontem que concluiu a compra de 50% de participação na Lagunitas Brewing Company quinta maior cervejaria dos Estados Unidos em volume e do controle acionário da eslovena Pivovarna Lako. A companhia pagou 119,5 milhões por 53,43% das ações da eslovena, o equivalente a 25,56 por papel. O negócio permitirá à Heineken elevar a sua participação em países do Leste Europeu e deve gerar vendas adicionais de 270 milhões, além de um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de 46 milhões. Já o valor da compra da Lagunitas foi mantido em sigilo (o negócio foi anunciado em 8 de setembro). A companhia é dona de um conjunto de marcas premiadas, incluindo a Lagunitas IPA, marca mais vendida de chope do tipo India Pale Ale no mercado americano. Com a operação, a Heineken reforça sua posição no segmento de cervejas artesanais. A companhia holandesa tem feito aquisições pelo mundo como estratégia para se fortalecer, seguindo a tendência de consolidação no mercado global de cerveja. Há menos de um mês, anunciou também uma joint venture com a distribuidora CFAO para produção e venda de cervejas na Costa do Marfim, além da construção de uma cervejaria no país africano, com investimento de 150 milhões. O maior movimento de consolidação, no entanto, veio de suas principais concorrentes globais. Esta semana, a SABMiller aceitou a oferta de compra da líder do setor, AB InBev, numa transação de US$ 104 bilhões. A empresa resultante da operação passará a deter 29% das vendas totais de cerveja no mundo, segundo cálculos da consultoria Euromonitor. A Heineken tem 9,1% de participação. A fabricante holandesa encerrou o segundo trimestre deste ano com aumento de 88% no seu lucro líquido, chegando a 1,14 bilhão. O resultado superou a expectativa de analistas, que esperavam um lucro inferior a 1 bilhão. A Heineken tem seus resultados impulsionados neste ano por vendas crescentes nos mercados emergentes da Ásia, América Latina e Ásia.
Valor Econômico – SP