Rede anunciou a ampliação do programa de monitoramento
O Walmart Brasil anunciou a ampliação do seu programa de monitoramento por satélite da carne bovina para todo o Brasil. “Desde o início do ano, monitoramos 100% das fazendas que fornecem carne aos frigoríficos com plantas na Amazônia. Depois dessa experiência bem sucedida, vamos expandir o nosso programa para todo o país”, revelou Adriana Muratore, vice-presidente comercial e marketing da companhia durante coletiva em São Paulo.
O Sistema de Monitoramento e Gestão de Risco da Carne Bovina do Walmart é fruto de cinco anos de trabalho e de um investimento superior a R$ 1 milhão. Tem como diferencial integrar em um mesmo sistema dados de satélite que mapeiam desmatamento, terras indígenas e unidades de conservação, além das informações de listas públicas de áreas embargadas e trabalho escravo. A ferramenta é proprietária, desenvolvida pela AgroTools. O sistema de monitoramento analisa os fornecedores indiretos do Walmart, ou seja, as fazendas que fornecem aos frigoríficos parceiros da varejista. Desde o final do ano passado, todos os dados de fornecedores de carne bovina com plantas frigoríficas no bioma Amazônia estão inseridos na ferramenta. Isso representa mais de 75 mil fazendas que fornecem gado para cerca de 30 plantas frigoríficas pertencentes às empresas JBS, Marfrig, Boiforte e Masterboi.
A expectativa do Walmart Brasil é garantir que toda carne comercializada em suas lojas seja monitorada e tenha garantia de procedência até o próximo ano. O Sistema de Monitoramento e Gestão de Risco faz parte da Plataforma Brasileira de Pecuária Mais Sustentável do Walmart Brasil, que contempla também ações que buscam o desenvolvimento da cadeia produtiva. A carne mais sustentável Rebanho Xingu chegará em junho às lojas de Brasília. O produto é fruto de um projeto desenvolvido em São Felix do Xingu (PA) pelo grupo norte-americano e liderado pela TNC (The Nature Conservancy), Marfrig e pelo próprio Walmart. O pool de empresas será responsável por levar aos hipermercados da rede uma carne mais sustentável e por entregar ao mercado um modelo de produção que associa mais produtividade no campo a maior conservação da floresta.
O projeto “Carne mais sustentável: do Campo à Mesa” propõe o aumento da produtividade e o maior aproveitamento de pastagens degradadas sem a necessidade de desmatamento no munícipio com o maior rebanho bovino do Brasil. Outro princípio fundamental é a inclusão de toda a cadeia de valor da carne nesse esforço – desde o pecuarista até o varejista –, de forma a garantir que o processo seja viável ambientalmente, socialmente e economicamente.
Mudanças positivas
De acordo com Adriana, além da gestão do risco por parte da empresa, o sistema promoveu mudanças positivas em toda a cadeia da pecuária bovina na Amazônia, particularmente em relação aos pequenos e médios frigoríficos. Com a utilização do sistema, as empresas mudaram a forma de trabalhar, incluindo como condição na compra de gado os critérios socioambientais que antes não faziam parte de sua rotina operacional. “Essas informações foram integradas ao nosso sistema de compra de carne, o que viabiliza a equipe comercial saber de forma rápida e precisa, antes de receber o pedido do frigorífico, se há algum risco ambiental ou social na compra de carne de determinada fazenda. Dependendo do risco identificado pelo sistema, como desmatamento ou trabalho escravo, o sistema bloqueia o pedido de compra e envia notificação para o fornecedor imediatamente. A empresa só volta a negociar com aquela fazenda após comprovação de que os problemas foram resolvidos”, explica Adriana. Para cada nível de risco, há uma ação específica recomendada pelo sistema para ser tomada.