O comércio varejista carioca gastou R$ 996 milhões com segurança de janeiro a junho deste ano. O valor foi usado na contratação de vigilantes, equipamentos eletrônicos, grades, blindagens de portas, reforço de vitrines e seguro.
O número é da pesquisa “Gastos com Segurança em Estabelecimentos Comerciais” do Centro de Estudos do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio), que ouviu 750 lojistas. O estudo mostra também que, dos entrevistados, 180 já tiveram seus estabelecimentos assaltados, furtados ou roubados, cerca de 20% a mais do que no mesmo período do ano passado.
Do total dos gastos, R$ 667 milhões foram com segurança privada e vigilantes, R$ 289 milhões com equipamentos de vigilância eletrônica e R$ 40 milhões com gradeamento, blindagens, reforços de portas, de vitrines e com seguros.
De acordo com o presidente do CDLRio, Aldo Gonçalves, o custo é quase como um tributo a mais pago pelos lojistas. “A violência urbana na cidade vem prejudicando bastante o comércio, já afetado pelo quadro econômico do País e, em especial pela crise do Estado do Rio, que tem influído profundamente no comportamento do consumidor, que por um lado fica com medo de sair de casa e por outro reduz seus gastos, entre eles as compras”, desabafa ele, que completa: “Não é sem razão que mais de 4.150 estabelecimentos comerciais fecharam suas portas entre janeiro e junho na cidade – 76% a mais do que no mesmo período do ano passado – e mais de 9.700 no Estado do Rio [55% a mais do no mesmo período de 2017]”, lamenta.
Sem investimento
Ele lembra que esse quase R$ 1 bilhão poderia ter sido investido na ampliação dos negócios, como novas lojas, reformas, treinamento de pessoal, gerando mais emprego e renda.
De acordo com o presidente do CDLRio o sucesso inicial da implantação das UPPs, especialmente nas comunidades da zona norte do Rio de Janeiro, refletiu rapidamente na dinamização e no desempenho do comércio. “Na época, no lugar de inúmeras lojas fechadas nos bairros adjacentes àquelas comunidades, surgiram novos estabelecimentos, com decoração e vitrines modernas, retomando a geração de emprego e ajustando a economia.”
Para o presidente da entidade, o retrocesso na segurança pública no Estado do Rio de Janeiro preocupa a toda a sociedade e inibe os investimentos dos setores produtivos. “É triste o esfacelamento das UPPs, projeto que trouxe bastante esperança para toda a população e animou os comerciantes.
Fonte: DCI