Depois de um 2016 tenebroso (a queda do faturamento com a venda de livros naquele ano foi de 9,2%), em fevereiro de 2017, o mercado varejista do livro começou um ciclo de recuperação. De acordo com o Painel das Vendas de Livros no Brasil, desde então, houve crescimentos sucessivos e acima da inflação. Esse ritmo de recuperação se estendeu a 2018 que começou o ano com crescimento de 14,05% na comparação janeiro – janeiro.
Em fevereiro, ainda de acordo com o relatório publicado mensalmente pela Nielsen a pedido do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), esse crescimento se sustentou. Em valor, o aumento foi de 10,42%, fechando o mês com faturamento de R$ 191.470.277,63. Em volume, o crescimento foi de 4,73%, totalizando 3.744.648 exemplares vendidos entre os dias 29 de janeiro e 25 de fevereiro.
No ainda incipiente acumulado do ano, o crescimento do faturamento é de 12,32%. Em números absolutos, nas oito primeiras semanas de 2018, livrarias, supermercados e lojas de autoatendimento faturaram R$ 407.621.878,96. Isso representa R$ 44.704.680,18 a mais do que o apurado no ano passado. Em volume, a variação é de 4,45%.
Aqui vale ressaltar que a inflação dos últimos 12 meses está calculada em 2,84%.
Para Ismael Borges, líder do Bookscan, ferramenta da Nielsen que monitora o mercado livreiro no país, isso representa uma perspectiva de recuperação gradativa. “Chama a atenção a combinação de preço médio mais alto associado a um nível de desconto baixo, inclusive para o período. Uma boa fórmula para garantir um melhor faturamento”, comentou.
O preço médio do livro no período subiu de R$ 48,50 para R$ 51,13. Aumento de 5,43% (também acima da inflação) e o desconto médio caiu 5,07 pontos percentuais indo de 20,21% para 15,14%.
Como já é esperado para o período, marcado pela sazonalidade das voltas às aulas, o gênero Infantil, Juvenil e Educacional ganhou importância no faturamento das varejistas monitoradas. As vendas de livros dessa categoria representaram 41,52% do total faturado. Na comparação com o mesmo período de 2017, essa categoria apresentou variação de 3,24 pontos percentuais. O gênero Não Ficção Especialista, onde estão categorizados os livros de CTP, se manteve estável, com pequena variação de 0,1 ponto percentual. Já Não Ficção Trade e Ficção apresentaram quedas de -1,01 pp e -2,34 pp respectivamente.
Fonte: PublishNews