Por Adriana Mattos | Os supermercados grandes e pequenos, nesta ordem, registram os melhores desempenhos em vendas totais no ano entre os diversos formatos do varejo alimentar, depois do atacarejo, ainda líder entre os canais de distribuição, apesar da desaceleração.
Embora os hipermercados tenham ganhado um recente fôlego, parando de perder vendas, parte da melhora é reflexo de uma base de comparação fraca dessas megalojas, que tiveram anos recentes de desempenho fraco.
No caso dos supermercados, apesar de terem saído do foco dos investimentos dos líderes varejistas, são eles que conseguem manter taxas de expansão de um dígito alto a dois dígitos baixo, segundo os dados da NIQ Ebit.
De janeiro a abril, os “supers” grandes cresceram 12,9% e os pequenos, 9,2%. Em termos de “mesmas lojas” (pontos com mais de 12 meses), a alta é de 8,7% e 6,6% respectivamente.
Pela pesquisa, unidades grandes têm de 1 mil a 2,5 mil metros quadrados, e as pequenas, até 1 mil metros quadrados.
Em relação aos “hipers”, o crescimento é de 3,6% em vendas totais (a menor expansão entre todos os formatos e abaixo da inflação acumulada) e 7,3% em “mesmas lojas”. Esta alta é mais relevante, mas em cima de uma base comprometida.
No mês de abril, o último com dados fechados, os hipermercados não cresceram nada, os “supers” grandes avançaram 10,5%, e os pequenos, 6,8%.
O grupo Hirota, dono da rede Hirota Food, planeja neste ano acelerar as aberturas de lojas pequenas, em espaços de alto fluxo. Estão previstas inaugurações de 12 lojas em prédios comerciais e 24 em condomínios, que se somam às 104 que já existem. Serão R$ 15 milhões em investimentos nos dois segmentos no ano, com recursos do caixa da empresa.
Na avaliação do comando da rede, há um reflexo da retomada da circulação de pessoas em ambientes corporativos e existe um custo de operação menor que as lojas de rua. São cerca de R$ 400 mil a R$ 500 mil em investimentos para montar uma loja em edifícios de escritórios, versus cerca de R$ 10 milhões em um super tradicional.
“Em lojas pequenas, a margem é melhor, e o prazo de retorno também, se pagando em três anos, em média, sendo que em lojas tradicionais de supermercado isso leva cinco anos”, diz Helio Freddi, diretor do Hirota.
No primeiro semestre, o grupo planeja inaugurar unidades na sede do Santander, do Bradesco e da Vivo, além da reabertura, semanas atrás, na sede do Itaú, na capital paulista.
Maior varejista de supermercados do país, o GPA registrou alta de 22,3% nas vendas líquidas de seus negócios de proximidade de janeiro a março, versus 2022, a maior taxa de expansão entre os modelos da rede.
No ano passado, essas lojas de vizinhança, das marcas Minuto Pão de Açúcar e Mini Extra, apuraram alta de quase 19% nas vendas. No fim de 2022, o GPA anunciou plano para acelerar a abertura de lojas de proximidade e prevê a inauguração de até 300 lojas até 2024, das quais 50 no formato de supermercados e 250 no formato de lojas de proximidade.
Fonte: Valor Econômico