A pedido do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), que sediou o evento, e da Câmara Brasileira do Livro (CBL), a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) compilou, pela primeira vez, números revelados pela pesquisa entre 2006 e 2015, que, juntos, dão um panorama da atividade editorial no país nos últimos dez anos.
Os dados foram deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) e trazidos a valores de 2015. Para Marcos da Veiga Pereira, presidente do SNEL e membro da comissão de pesquisa desde 2000, o dossiê elaborado pela Fipe possibilita um entendimento mais apurado sobre a indústria do livro através de uma base comparativa sólida. “Nosso objetivo principal é oferecer uma série definitiva sobre esse período, que sirva como documento estatístico e histórico para consultas futuras”, comentou.
Acompanhando a análise já feita pelo PublishNews, o levantamento mostra que as vendas de livros de todos os subsetores do mercado – Didáticos, Obras Gerais, Religiosos e Científicos, Técnicos e Profissionais (CTP) – apresentaram performance inferior à do PIB do país, no período entre 2006 e 2015. “Em cada um deles, foi possível medir a participação do governo no mercado, os índices de faturamento, o número de exemplares e, por fim, verificar qual foi a evolução do setor geral em relação à economia do país. Dada a grande carência de leitura no Brasil, esperávamos que a indústria livreira andasse minimamente alinhada com o PIB, o que não aconteceu”, comentou o presidente do SNEL.
O estudo aponta que o segmento Obras Gerais, o mais afetado, sofreu duas quedas bruscas na última década – entre 2009 e 2011 (24,6%) e de 2014 para 2015, quando encolheu 22,8%. A análise feita pelo PublishNews em junho passado já apontava esse fenômeno. As compras do Governo, que chegaram a representar 18% do faturamento nesse segmento, caíram para menos de 5% em 2015, com a suspensão dos programas de bibliotecas escolares.