Depois de entrar no segmento de moda feminina com o lançamento da Zattini em 2015, o Grupo Netshoes decidiu diversificar mais uma vez sua atuação. No segundo semestre, a companhia passa a competir na área de cosméticos, com a venda on-line de produtos de beleza.
Leonardo Dib, diretor financeiro do Grupo Netshoes, disse que a companhia já negocia com fabricantes nacionais e internacionais a oferta de produtos de beleza no site da Zattini. “A intenção é criar um conceito de loja de departamentos na Zattini, para que a mulher encontre no futuro itens de moda, beleza, bem-estar e nutrição no mesmo lugar”, disse o executivo.
Na visão dele, cosméticos são um segmento de mercado relevante, com participação ainda pequena no comércio eletrônico, com potencial de expansão.
O setor de cosméticos movimentou R$ 42,7 milhões no país em 2015 – uma queda real de 6%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e cosméticos (Abihpec). Na internet, a categoria respondeu por 10% das vendas, segundo a e-bit. A maior competidora no segmento é a Sephora, mas fabricantes como Natura, O Boticário e Avon têm reforçado suas operações na internet.
“A diversificação vai permitir ampliar vendas usando a mesma estrutura, diluindo custos”, acrescentou Dib. As vendas da Zattini superaram R$ 100 milhões em 2015 e a meta é consolidar a operação este ano. Para comandar a área de cosméticos, o Grupo Netshoes contratou Thiago Maia, ex-diretor comercial da L’Oréal no Brasil.
A Netshoes encerrou 2015 com prejuízo líquido de R$ 63,2 milhões, ante uma perda líquida de R$ 93,6 milhões no ano anterior. O resultado, afirmou Dib, deveu-se a investimentos na operação da Zattini e nas operações da Argentina e do México. “O resultado foi positivo. O prejuízo está muito menor do que foi em 2014 e houve crescimento expressivo da receita”, afirmou Dib. Ainda assim, o resultado ficou abaixo da previsão da companhia, de atingir lucro em 2015.
O grupo obteve crescimento de 33% na receita líquida, para R$ 1,5 bilhão. O avanço é superior ao registrado pelo comércio eletrônico no país, de 15% no ano passado. O varejo de vestuário e calçados como um todo (incluindo lojas físicas) encolheu 8,7% em 2015, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Esse crescimento mostra uma capacidade sólida de ganho de participação de mercado, com uma expansão forte, mesmo com a recessão no Brasil”, afirmou Dib.
Em 2015, as despesas com vendas da empresa subiram 27%, para R$ 441,4 milhões. As despesas gerais e administrativas, por sua vez, tiveram aumento de 7%, para R$ 156,1 milhões. O prejuízo antes da equivalência patrimonial, do resultado financeiro e dos impostos foi de R$ 33 milhões, ante R$ 58,4 milhões em 2014.
Para 2016, o Grupo Netshoes espera crescer acima da média do varejo on-line. A e-bit projeta para o setor aumento nominal de 8% nas vendas, para R$ 44,6 bilhões.