Já foi dada a largada para a Black Friday 2017 – e, se depender do KaBuM!, o sucesso de vendas do ano passado deve se repetir em 2017. Em 2016, a loja mais concorrida de eletrônicos chegou a vender quatro produtos por segundo, sendo que o volume de pedidos fechados na “sexta-feira mágica” foi equivalente a um mês inteiro da empresa.
Fundada há quasse 15 anos pelos empreendedores Leandro e Thiago Ramos, na cidade de Limeira, interior de São Paulo, o KaBuM! já é referência em tecnologia de e-commerce. Para saber quais foram as lições aprendidas com a edição passada e dar uma espiadinha no que vem por aí, conversamos com Leandro Ramos, CEO da empresa. Confira:
ECB: Vocês tiveram um desempenho extraordinário de vendas no ano passado durante a Black Friday. A que vocês atribuem esse sucesso?
Leandro: Realizar a Black Friday de verdade. Estamos entre as primeiras lojas que participaram da data no país e faremos, assim, nosso décimo evento este ano. Portanto, temos muita experiência acumulada. O KaBuM! já é uma das principais referências no país durante a promoção e não à toa somos, de longe, o e-commerce que mais cresce no Brasil durante a Black Friday. Nosso sucesso se resume a sermos fiéis à expectativa do mercado: oferecer produtos extremamente desejados e com grandes descontos – descontos de verdade.
ECB: O Reclame Aqui registrou uma queda no número de reclamações. De forma geral vocês acreditam que os consumidores estão mais maduros? Poderiam compartilhar um pouco sobre o que perceberam os compradores nessa data?
Leandro: Não só os consumidores, mas principalmente as lojas. Muitos varejistas acabam prejudicando o evento ao divulgar ofertas e descontos que não são reais. No entanto, com o poder das redes sociais, estas ações foram desmascaradas pelos consumidores e muitos aprenderam (infelizmente, da pior maneira) que o dano de imagem custa mais caro do que o desconto não aplicado.
No nosso caso, a relação de reclamações em comparação ao número de pedidos vendidos é extremamente baixa, chegando a menos de meio por cento do total. Receber uma reclamação nunca é algo positivo – no entanto, o KaBuM! nunca recebeu uma reclamação mencionando um desconto falso (o famoso ‘metade do dobro’). A quase totalidade das reclamações recebidas se refere ao esgotamento praticamente imediato de determinadas ofertas (já conhecidas por Ofertas Ninja) – este é efeito colateral de realizarmos a Black Friday de verdade. Mesmo assim, a empresa preparou um estoque 250% maior do que a edição 2016, a fim de tentar atender a maior quantidade possível de clientes.
ECB: Como ficou a logística reversa de vocês? Perceberam aumento ou queda nessa taxa?
Leandro: A taxa se mantém similar aos meses anteriores. Há um aumento pontual em retorno por erro na informação do endereço. Muitos clientes se cadastram com uma certa “pressa” para realizar o pedido e garantir a oferta, com isso acabam informando algum dado errado, mas nada alarmante. De qualquer forma, nesta edição iremos reforçar ainda mais a divulgação e tutoriais de como participar do Black Friday – inclusive, sugerindo que o cadastro na loja seja realizado já antes do evento.
ECB: Quais produtos foram mais vendidos? Vocês acreditam que esses mesmos produtos podem ter um bom desempenho em 2017?
Leandro: As vendas de informática (computadores, periféricos e hardware), eletrônicos e smartphones predominam.
ECB: Muitos lojistas dizem que a Black Friday prejudica a rentabilidade de seus negócios. Vocês acreditam que é possível ter bons resultados mesmo dando descontos agressivos?
Leandro: Assim como nós, quem optar por fazer um Black Friday de verdade, obviamente terá uma queda na rentabilidade. Entendemos que o Black Friday não deva ser medido apenas pelos resultados financeiros. Para nós, por exemplo, é uma grande porta de entrada para novos clientes – é um investimento de longo prazo.
ECB: O que vocês acham da eventual mudança de data da Black Friday de Novembro para Setembro?
Leandro: Sem sentido. Nem a Black Friday nem o KaBuM! fará essa mudança, vamos nos manter fiéis ao evento na data em que ele realmente acontece. O que alguns varejistas estão tentando fazer é distanciar o evento do Natal e, na nossa visão, isso pode ser “um tiro no pé”. Criarão mais um evento e continuarão tendo a pressão de realizar o Black Friday da mesma maneira – o resultado pode ser o oposto do esperado.
ECB: Qual é a principal dificuldade para se preparar para um período de vendas como esse?
Leandro: Todas possíveis. No KaBuM!, a representatividade do Black Friday chega a ser assustadora. Somos uma companhia de grande porte e vendemos apenas durante o Black Friday o que faturamos normalmente em 1 mês – ou seja, temos que preparar toda a operação para receber, em 26 horas de evento, a mesma quantidade de pedidos normalmente recebida em 30 dias. Há um esforço enorme de toda a companhia, que exige um planejamento e execução impecáveis, em especial na área comercial, logística, TI e atendimento ao cliente.
ECB: O que vocês estão achando de vender na Amazon? Por que escolheram este marketplace para expandir as vendas?
Leandro: O KaBuM! tem um projeto específico e muito interessante com a Amazon. Nossa parceria com a Amazon visa o estreitamento do nosso relacionamento com o maior e-commerce do planeta e também em atender clientes mais generalistas, que nem sempre buscam uma loja especializada em um determinado segmento para realizar suas compras. A parceria com a Amazon, dentre outras razões, surge para suprir esta lacuna.
Fonte: E-Commerce Brasil