O envelhecimento populacional causado pelo aumento da longevidade e diminuição dos nascimentos tem sido discutido sob a ótica da demografia e principalmente do mercado de consumo como quem acabou de plantar um pé de tâmaras e tem a certeza que não terá tempo de colher seus frutos. O IBGE aponta que em 2050 a população idosa vai triplicar no país, chegando a 66,5 milhões de pessoas ou 29,3% da população. Então, faltam 33 anos para isto e temos tempo para pensar marcas, produtos e serviços mais age friendly aos 60+. Certo? Errado! O envelhecimento populacional, e em especial o da terceira idade ativa, já começou.
Um fato inédito na demografia brasileira vai acontecer em algum momento do segundo semestre do ano que vem aqui no Rio Grande do Sul. Em 2018, o RS terá mais mulheres entre 60 e 64 anos do que meninas de zero a quatro. Em pouco tempo, veremos o Dia dos Avós com maior representatividade no varejo que o Dia das Crianças. Inclusive, este foi o tema do recente e-book que produzi em parceria com o Sindilojas Porto Alegre. A constatação é que marcas, produtos e serviços não estão preparados para se relacionar adequadamente com o consumidor 60+. O mercado ficou tão atento observando e tentando entender os millennials que não se deu conta que os 60+ estavam ali atrás, cutucando no ombro e pedindo – olhe para mim, me entenda e me atenda.
Observem alguns números para entender o enorme potencial de consumo que a geração 60+, responsável pela mais importante ruptura cultural e comportamental ocorrida nos anos 1950 e 1960 e que “só” inventou o rock and roll: são 25,4 milhões de pessoas, sendo 85% delas entre 60 e 79 anos, com uma renda anual superior a R$ 700 bilhões, e que são a única ou principal renda em 22% dos lares, respondem por 20% do volume de bens de consumo e serviços e estão preocupados e focados no self, ou seja – chegou a vez deles. É hora do mercado ampliar seu olhar, colocar uma visão de aging in market nas suas estratégias de produto e serviço. Entenda, atenda e conquiste a preferência do consumidor 60+.
Fonte: Zero Hora