O presidente do Magazine Luiza, Frederico Trajano, reforçou a estratégia de expandir o “marketplace“, que é a oferta de produtos de outros estabelecimentos na plataforma digital da varejista. No entanto, o executivo afirmou que o credenciamento
dessas lojas será feito de forma criteriosa e a partir do cumprimento de determinadas exigências para não ter risco da plataforma virar um “camelódromo” digital.
– Há um processo para os sellers (vendedores) entrarem. Há a obrigação de fazer venda apenas com nota fiscal. Estamos tomando um cuidado enorme para crescer da maneira correta. Não queremos ser um camelódromo digital – disse, durante teleconferência de apresentação dos resultados.
O marketplace respondeu por 25,9% das vendas do comércio eletrônico do Magazine Luiza no terceiro trimestre e 23% das vendas no acumulado do ano.
Trajano afirmou que a varejista trabalha com novas ações para esse público. Além deles poderem se vincular ao sistema de entregas da rede – o que garantiria uma entrega do produto mais rápida ao cliente -, o Magazine Luiza também trabalha em novas soluções na área de pagamentos, como oferta de crédito.
O Magazine Luiza apresentou um lucro liquido de R$ 235,1 milhões no terceiro trimestre, uma expansão de 96,7% na comparação com o mesmo período de 2018. Já o lucro ajustado, que exclui efeitos extraordinários, foi de R$ 136, milhões, alta de 12,7%. No acumulado do ano, o resultado liquido ficou em R$ 752,8 milhões (+84,9%) e o ajustado em R$ 366,8 milhões (-9,1%).
Novidade
Um dos destaques para esse resultado tem sido justamente o crescimento tem sido a expansão das vendas pela internet, que atingiram 48% do total – passando de 50% ao considerar só setembro. Esses dados incluem as vendas do marketplace.
– Estamos digitalizando a companhia e fazemos isso sem o detrimento das lojas físicas, que também tiveram um semestre robusto – disse, lembrando que a rede passou o número de 1000 lojas nesse ano e chegou a dois novos estados.
Também já está na conta do resultado do terceiro trimestre a incorporação do Netshoes, comércio eletrônico de itens de esporte comprado pelo Magazine Luiza no primeiro semestre. Parte do crescimento das receitas da varejista já está relacionada a essa aquisição, assim como o número de clientes do comércio eletrônico.
As vendas da Netshoes somaram R$ 700 milhões no terceiro trimestre, uma alta de 10,3%. Já o comércio eletrônico do Magazine Luiza vendeu R$ 2,6 bilhões, alta de 38%.
– Já estamos colhendo os frutos desse casamento, com a integração logística. Há um grande poder de capilaridade da Netshoes e isso vai dar um impacto grande – disse.
A integração do comércio eletrônico de todas as bandeiras da varejista é chamada pelo executivo de “super app”. Os clientes da Netshoes já têm a possibilidade de fazer a compra dos produtos e retirar nas lojas físicas do Magazine Luiza.