Por Adriana Mattos | Numa Black Friday com vendas abaixo do esperado pelo mercado, o Magazine Luiza afirma que conseguiu ampliar vendas com ganho de lucratividade.
“Foi a Black mais rentável da empresa em anos de evento, a melhor margem de contribuição para a data em relação aos outros períodos”, disse, nesta tarde, em entrevista o vice-presidente de negócios do Magalu, Eduardo Galanternick. “Estamos numa trajetória de aumento de margem como nos propomos, e passada a Black Friday, teremos certeza de que cumpriremos o que foi planejado, que é termos melhores resultados, e isso nos dá mais segurança do rumo tomado”, afirmou.
Já, pelo menos, desde 2021, a empresa fortaleceu a estratégia de buscar maior retorno sobre o capital investido e alocar recursos de forma mais racional, em parte, pelo ambiente de aumento do custo dos recursos no país, após alta da Selic.
Galanternick diz que o planejamento para a data evoluiu junto às indústrias e os lojistas do marketplace, e neste ano, a empresa não adotou o caminho de fazer grandes shows, por exemplo, como anos atrás, mas foi feita “lives” pelo Youtube com influencers e celebridades, que durou cinco horas ontem, e trouxe dois milhões de participantes.
A empresa não divulgou dados de crescimento de vendas na Black, mas Fabricio Garcia, vice-presidente operacional e comercial do Magalu, afirma que as lojas tiveram aumento nas vendas em dois dígitos sobre o ano passado. Em algumas categorias, a empresa concorre diretamente, em termos de varejo físico, com a Lojas Americanas, duramente afetada pela crise com o escândalo contábil anunciado em janeiro.
“O fluxo não veio tão maior, mas a conversão veio mais forte porque o cliente foi para a loja já informado e disposto a comprar, então foi uma Black bem mais positiva para a loja do que em outros anos em que o ponto físico sentiu a pandemia, com aquele abre e fecha de unidades”, disse Garcia, que citou o aumento de vendas relevante em praças onde a empresa entrou mais recentemente, como Rio de Janeiro e Brasília.
O executivo diz que a empresa não abriu mão de vender para ter maior lucratividade, “já que a Black continua sendo ainda uma data forte em vendas”, mas que esta foi uma Black mais normal, por exemplo, do que o ano passado, quando a data ocorreu durante a Copa do Mundo.
“Mesmo com a base forte de venda de TVs na Black da Copa de 2022, conseguimos crescer em cima disso”, disse ele.
Questionado sobre a estratégia do concorrente Mercado Livre em acelerar expansão na venda própria de eletrônicos e eletrodomésticos, negócio que é uma das bases do Magalu, Galanternick diz que a empresa sempre conviveu com competição mais acirrada.
E Garcia lembra que a venda de itens próprios, o chamado “1P”, exige investimentos constantes em logística e é mais complexa do que uma operação de marketplace, o chamado “3P”.
O Valor informou hoje detalhes dessa estratégia do Mercado Livre no “1P”. “O 1P não é fácil, a gente sabe, é algo complexo e vamos continuar trabalhando como já fazemos”, disse Garcia.
Fonte: Valor Econômico