Uma vez que o match perfeito entre influenciador e campanha acontece, os resultados são promissores e influência não depende de audiência
Por Paulo Leal
É notório que estamos entrando em uma nova era no comércio eletrônico e pontos de venda físicos. Antes “fazia-se o ponto” e isso valia (muito) dinheiro com a famosa frase “Passa-se o Ponto”. Agora, este velho modelo está em xeque.
No ano passado, o Brasil se destacou entre os 10 países com maior aceleração do comércio eletrônico. No primeiro trimestre deste ano, de acordo com a Neotrust, foram registradas 78,5 milhões de operações via e-commerce, 57,4% a mais que no mesmo período do ano passado. O faturamento do setor subiu 72,2%, alcançando R$ 35,3 bilhões. Seguindo no ritmo do primeiro semestre, chegaremos ao fim de 2021 com pouco mais de R$ 140 bilhões gerados pelas compras online e uma massa de 180 milhões de clientes; um Brasil inteiro economicamente adulto e ativo comprando seu produto na internet.
A mudança de hábitos do consumidor acelerou algumas tendências. Ao longo desses dois anos, quem compra online passou a usar com frequência cada vez maior o celular. E, neste particular, o vídeo passou a desempenhar um papel estratégico.
De acordo com levantamento de uma empresa criadora de vídeos animados, a Wyzowl, 96% dos usuários assistem a vídeos explicativos para entenderem melhor sobre um produto ou serviço, 84% afirmam se sentirem convencidos a comprar um produto após ver um vídeo da marca e 66% dizem preferir se informar sobre um produto por meio de vídeo.
E qual tem sido a principal arma das marcas para engajar e converter internautas em consumidores, principalmente com vídeos nas redes sociais? Sim, os influenciadores.
Na pesquisa ROI e Influência 2021, o YouPix, em parceria com a AlgoritmCOM, constatou que o marketing de influência continua ganhando espaço. De acordo com o relatório, que contou com entrevistas com representantes de 94 empresas de diferentes segmentos, 71% afirmam que a modalidade é parte central de seu planejamento e 83% indicam que o trabalho com influenciadores se tornou mais estratégico para os negócios após a pandemia; e espera-se que o investimento em influencers este ano aumente 71%.
Dentro desse universo ganhou tração a estratégia do Live Commerce. Apesar de ser uma ferramenta nova de Comunicação no país, o modelo nasceu na China (sim, na China), onde fatura US$ 200 bilhões por ano. Durante o interminável festival de lives realizadas a partir do início do distanciamento social, as marcas começaram a entender que aquele poderia ser um formato para unir o útil ao agradável: fazer um marketing ativo dos produtos aos usuários em vídeo, o formato preferido, e gerar vendas instantâneas. Os velhos programas de vendas pela TV ganharam roupa nova nas redes sociais.
A lógica por trás da live commerce é fazer o usuário ficar mais tempo no site e navegar por mais páginas. Um influenciador adiciona uma camada a mais de credibilidade para despertar confiança do público em determinado produto. Escolhido acertadamente para uma campanha, ele desempenha um papel ativo na tomada de decisões do consumidor, o que se converte em mais vendas.
Por isso mesmo, a escolha do casting de influenciadores apropriados é primordial. Segundo o estudo Influencer Marketing Benchmark Report 2021, 22% declararam achar muito difícil encontrar os influenciadores corretos para as campanhas e 56% consideram ter um nível médio de dificuldade de encontrá-los. Uma vez que o match perfeito entre influenciador e campanha acontece, os resultados são promissores. Influência não depende de audiência.
Diversas pesquisas indicam o grau de confiança que as recomendações de influenciadores geram nos usuários das redes sociais. Pesquisa do Twitter apontou que 40% dos usuários informaram já ter efetuado uma compra como resultado direto de um tuíte de um influenciador. No YouTube, 6 em cada 10 assinantes dizem que seguiriam conselhos sobre o que comprar de seu criador de conteúdo preferido.
Não são só as pesquisas que mostram a força que o influencer marketing ganhou, principalmente depois da pandemia. Os resultados das ações demonstram sua efetividade e não deixam dúvidas de que as redes sociais são os novos PDVs. Os planos de mídia hoje com influenciadores são muito complexos e têm as mesmas métricas e KPIs de uma campanha em TV.
Marketing de Influência exige paciência e recorrência na escolha da audiência. A rima é boa, e a trilogia, verdadeira.
Fonte: Meio e Mensagem