A Saraiva apresentou os resultados do quarto trimestre de 2015. Na apresentação, os executivos da companhia ressaltam que 2015 foi “um dos anos mais desafiadores da história recente do Brasil”. A receita bruta do varejo fechou 2015 em R$ 1,9 bilhão, redução de 2,1% em relação a 2014. As vendas nas lojas físicas (critério mesmas lojas) apresentaram queda de 1,7% na comparação anual e as despesas operacionais recorrentes cresceram 7,3%. Diante desse cenário, a Saraiva fechou o ano passado com lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortização (EBITDA) de R$ 329 milhões. No ano passado, o EBITDA foi de R$ 35 milhões. A variação expressiva, no entanto, é decorrente da venda dos ativos editoriais à Somos Educação, concluída em dezembro de 2015. Excluindo-se esse fato, o EBITDA de 2015 fecha em R$ 3 milhões, queda de 94,1% se comparado com o ano anterior.
A empresa justificou o aumento nas despesas operacionais ocorrido pelas pressões inflacionárias; por conta de um aumento nos gastos com pessoal na ordem de R$ 6 milhões devido ao dissídio da categoria e ao retorno da incidência do INSS sobre a folha de pagamento em razão da mudança nas regras da política de desoneração instituída pelo governo. “Importante salientar que, mesmo com as razões explicadas do crescimento das despesas no quarto trimestre de 2015, não estamos satisfeitos e, por isso, seguiremos implementando uma série de medidas contínuas que assegurem o controle rigoroso dos custos”, diz o relatório de divulgação de resultados. Para atingir a meta de diminuir as despesas operacionais, a Saraiva diz que já tem em andamento iniciativas como a renegociação de contratos e parcerias e que os resultados dessas iniciativas devem ser vistos em 2016.
O quarto trimestre é, tradicionalmente, um período forte de vendas para o varejo do livro. Apesar disso, a receita líquida das lojas físicas fechou o período com queda de 3% em comparação ao mesmo período do ano anterior. “Analisando relativamente no contexto da forte retração econômica, com queda de 3,8% do PIB em 2015, o desempenho é superior ao registrado por indicadores de mercado importantes, como o dado de vendas do comércio varejista, que registrou queda de 6,9% no quatro trimestre de 2015 versus o mesmo período de 2014 e o indicador de movimento em shoppings, onde estão localizadas a maioria das nossas lojas, que teve recuo de 3,9% em dezembro, segundo o Ibope”, justificou Mingoni.
Está no relatório de divulgação de resultados da Saraiva que a empresa fechou o ano passado com 1.308 colaboradores a menos do que tinha em 2014. De acordo com Marcus Mingoni, vice-presidente financeiro interino da empresa, 900 desses postos eram das operações editoriais que foram transferidos com a venda dos ativos editoriais à Somos Educação.