Para quem vivia no interior ou costumava passar férias longe dos grandes centros urbanos, ir ao McDonald’s era um evento social, há alguns anos. Como não existiam unidades da rede de fast-food em cidades de pequeno porte, famílias e amigos faziam uma espécie de excursão para alguma lanchonete em municípios maiores. Essas viagens, no entanto, têm ficado cada vez mais raras. Não por desinteresse dos consumidores, mas porque o McDonald’s está indo cada vez mais para o interior. “O ambiente econômico, com juros em queda e inflação sob controle, voltou a criar um espaço propício ao investimento”, diz Sergio Alonso, CEO da Arcos Dorados, gestora da marca na América Latina. “A economia está crescendo muito fora das grandes cidades e, por isso, precisamos estar atentos ao avanço da riqueza no interior.”
A empresa está investindo US$ 500 milhões, no ciclo entre 2017 e 2019, para abrir 180 novos restaurantes na América Latina. No Brasil, o plano é inaugurar 100 lojas até o fim de 2019. A receita do crescimento do McDonald’s, de avançar para o interior, se assemelha às estratégias adotadas por O Boticário, AM PM Mini Market e Cacay Show, as redes de franquias líderes no País (confira quadro ao lado). “A busca por eficiência e por novos mercados foram estratégias criadas pelas redes, o que garantiu a passagem pela instabilidade econômica sem maiores sustos”, diz Altino Cristofoletti Junior, presidente da Associação Brasileira de Franchinsing (ABF). Segundo ele, a facilidade de encontrar bons pontos comerciais e a maior carência de opções dos consumidores que não vivem nas grandes cidades favoreceram esse fluxo de investimentos.
Maior rede de franquias do Brasil, o Boticário alcançou a marca de 1.750 cidades brasileiras. O negócio, que começou em 1977 como uma pequena rede de farmácias, conta com mais de 9,3 mil funcionários,faturamento de R$ 12,3 bilhões e detém bandeiras como “Eudora”, “Quem Disse, Berenice? ” e “The Beauty Box”. Sob o comando do presidente e acionista Artur Grynbaum, o grupo cresceu nos últimos anos, no vácuo da ausência de suas principais concorrentes no varejo físico, a Natura e a Avon. “A grande maioria dos investidores em franquias se dá bem quando se identifica com a marca, sem levar em conta apenas do tamanho da rede”, diz André Luís Pereira, especialista em franquias e fundador da consultoria GSPP.
Fonte: IstoÉ Dinheiro