Muita gente se desesperou ao ouvir a notícia sobre o fechamento do comércio em diversos estados do país. E não é para menos! Muita gente tinha acabado de abrir sua primeira loja, outros fizeram empréstimos e financiamentos para inaugurar filiais, e talvez alguém tenha aberto mão de alguma coisa muito importante, como um carro ou uma viagem, para investir no negócio próprio. Como um banho de água fria, a determinação em milhares de municípios brasileiros era de que somente os serviços essenciais ficariam abertos durante um prazo indeterminado. Quem poderia prever que algo assim pudesse ocorrer? Qual empreendedor, por mais atualizado que seja, antecipou-se e já sabia que uma pandemia atingiria o mundo todo, e mudaria tão drástica e rapidamente o cenário comercial, industrial e econômico do planeta? Por meses nós nem sabíamos o que de fato estava acontecendo, tampouco sequer podíamos compreender a gravidade da situação. Passamos semanas sem saber quais os procedimentos seriam tomados, ou o que nós deveríamos fazer. Ainda que não tenhamos todas as respostas, agora as coisas já estão ficando um pouco mais claras. Alguns números já começam a aparecer, dados econômicos e de vendas online, gráficos sobre o comportamento do consumidor durante a quarentena, e algumas previsões sobre alteração no modo de consumo também já fazem parte do noticiário. Sabemos que as compras pela internet cresceram nos últimos meses. Segundo um estudo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), a compra de alimentos e bebidas para consumo imediato cresceu 79% durante o isolamento. Segundo a mesma pesquisa, o hábito de consumo adquirido durante período de isolamento deve permanecer, como afirma o presidente da SBVC, Eduardo Terra: “Está havendo uma mudança real de comportamento e empresas que conseguirem se relacionar bem com os clientes neste momento terão uma grande vantagem no pós-crise”. De acordo com o levantamento do Instituto Locomotiva, só no primeiro mês do isolamento social, as compras feitas exclusivamente por aplicativos cresceu 30% no Brasil, e o destaque vai para as pessoas com mais de 50 anos de idade, e para o público das classes C, D e E, que, somadas, representam mais da metade dos consumidores do país. Ainda como exemplo de impactos significativos que a pandemia trouxe, um estudo da Compre&Confie afirma que as vendas pela internet durante o segundo mês da quarentena rendeu ao e-commerce brasileiro R$ 9,4 bilhões, um aumento de 81% em relação a abril do ano passado. O que esses números podem nos dizer? Primeiramente, que o ecommerce tem resultado positivo para todo empreendedor, independente do município em que esteja, ou dos produtos e serviços que ofereça. Em segundo lugar, nos traz uma reflexão sobre quais os diferenciais que as empresas devem ter a partir de agora. Quais os esforços devem ser feitos, inclusive em campanhas publicitárias, estratégias de marketing e propaganda? Onde os empresários, micro, pequenos e grandes, devem focar suas energias para continuar sobrevivendo, vendendo e crescendo num mundo cada vez mais complexo? Será que apenas disponibilizar seus produtos na internet é a solução? O comerciante deve se adiantar e explorar todas as possibilidades que podem colocá-lo em posição de destaque diante da concorrência. Formas diferentes de anunciar e se comunicar diretamente com seu público, inovar na elaboração de produtos e serviços, criar opções customizadas, modificar embalagens, realizar campanhas diferenciadas para o público online, entre outras ações que serão vistas pelo seu público como valor agregado, e pelo mercado como diferenciais competitivos. *Ibraim Gustavo é Jornalista, pós-graduado em Marketing (UNIP) e MBA em Comunicação e Mídia (UNIP). É também escritor, redator e radialista, e possui formação em Profissões do Futuro (plataforma O Futuro das Coisas), e no programa Restartse de Empreendedorismo (plataforma StartSe). Relacionado
Fonte: Jornal Alerta