O apoio declarado ao candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) pelo dono do grupo SBF, Sebastião Bomfim Filho, trouxe pouco impacto aos negócios da Centauro. O empresário declarou sua intenção de voto em agosto, em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”.
Procurado para falar sobre o tema, Bomfim preferiu não dar entrevista ao Valor. Segundo a Centauro, em agosto, as vendas cresceram 15% em relação a um ano antes – mesmo ritmo de expansão do acumulado de janeiro a julho.
Na entrevista concedida no mês passado, Bomfim disse que Geraldo Alckmin (PSDB) “foi um bom gestor”, mas deixou-se seduzir pela velha política ao fazer acordo com o “centrão” (bloco que inclui DEM, PP, PRB, PR e SD). Também afirmou que Marina Silva (Rede) “tem essência de esquerda” e que não lhe agrada o modelo do Partido Novo, de João Amoêdo. Bomfim disse ainda ver em Bolsonaro “um cara com posições fantásticas”.
O empresário acrescentou que esperava sofrer alguma retaliação após divulgar seu apoio. De acordo com as últimas pesquisas, Bolsonaro lidera as intenções de voto, mas tem também o mais alto índice de rejeição entre os candidatos.
A entrevista concedida por Bomfim registrou 143,8 mil compartilhamentos nas redes sociais Twitter, Facebook, Google + e Linkedin.
Segundo levantamento feito pela consultoria Bites, a pedido do Valor, desde 12 de agosto, quando foi publicada a reportagem, a Centauro foi citada em 37.368 mensagens do Twitter. Desse total, 25.419 tuítes (67,4%) referem-se ao apoio a Bolsonaro. Do total de mensagens, 1.168 falavam em boicotar a marca (3,1% do total).
No perfil da Centauro no Facebook, foram registrados 1.733 comentários. Desse total, 157 eram negativos (9% do total). O tráfego no site da empresa manteve-se estável em 10 milhões de usuários únicos, segundo a consultoria. “Pode ter havido algum impacto na reputação da marca, mas não houve efeito relevante nas redes sociais ou no site da empresa”, disse Manoel Fernandes, sócio da Bites.
Fonte: Valor Econômico