Campo Grande, Cuiabá e Brasília são algumas praças onde o cash & carry pode estar próximo do seu momento de saturação. A avaliação é de Belmiro Gomes, presidente do Assaí, bandeira do GPA. Segundo ele, há uma euforia exagerada com o formato, o que tem motivado um grande número de inaugurações do modelo.
“As pessoas focam o crescimento do segmento, mas não veem que há empresas do setor caindo em vendas e fechando lojas”, aponta o executivo. Ele lembra que o atacarejo é como qualquer formato. “Vai ter um período de ascensão, de maturação e de saturação. Nesse ponto, será necessário realizar uma oxigenação, eliminando lojas ineficientes e mantendo as que têm bons resultados”, analisa.
Só no ano passado, SM registrou a abertura de 143 unidades de atacarejo em todo o País, conforme dados do 46º Ranking de SM. Muitas dessas lojas pertencem a redes regionais que ainda não atuavam no segmento. “O varejo regional é mais especializado e focado no mercado em que atua. Mas o cash & carry tem suas especificidades e há empresas entrando no formato sem entender seus fundamentos”, acredita Gomes.
Consultores também alertam para esse problema. De acordo com eles, a abertura de lojas é vista pelos varejistas como a principal ferramenta para aumentar as vendas, mesmo num momento de crise. Com isso, dizem os especialistas, algumas redes acabam entrando no atacarejo sem conhecer bem a operação. Evidentemente, há companhias que estudaram bem o segmento e pesaram prós e contras antes de começar a abrir lojas do formato. Mas, em muitos casos, não é isso o que acontece.
Fonte: Supermercado Moderno