Sempre gostei de me arriscar, talvez por força das circunstâncias, aos 11 anos mudando-se para uma das favelas mais perigosas da época no Rio, filho de empregada doméstica e operário da tecelagem, setor que já perdia força no Brasil em 1982, criado em família unida e falando em igrejas evangélicas e cultos nas praças e trens e muito sonhador até quando fui camelô e vendedor ambulante. Eu creio em Deus, e creio que Ele cuidou de mim e me trouxe aos dias de hoje aos 43 anos, com 25 anos de experiência com varejo, ministrante de cursos de TI e palestras para Varejistas em todo Brasil, a concluir o MBA de Varejo pela FIA, ser um executivo da 6ª maior empresa de Software de Gestão do mundo e por fim, recentemente ocupar uma posição na diretoria do comitê de tecnologia da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo). Apesar de educado em escolas públicas e em 1989 aos 18 anos, ingressar no 1º curso de TI por uma faculdade particular do Brasil na periferia do RJ (Faculdades Simonsen), nunca perdi a visão do sonho que Deus me deu, ajudar pessoas, e por tudo isso sempre me arrisquei.
Partindo do bordão “quem não morre não vê Deus”, resolvi me expor e arriscar de novo quando decidi escrever artigos em série apresentando desafios do varejo e vantagens ante às tendências e mudanças de comportamento com novas, e velhas tecnologias.
Lhes apresento a Série: O Varejo Brasileiro e o Mundo Digitalizado by Cláudio Santos.
Na matéria deste mês da série: “O Varejo Brasileiro e o Mundo Digitalizado”, falaremos das Aplicações do IoT no Varejo.
IoT (Internet of things) ou em português: Internet das coisas.
Vemos um Varejo cada vez mais fluido, vendedores como consultores especialistas e operações de venda ligadas à serviços e demandas naturais, como por exemplo:
– No varejo com o reconhecimento automático por biometria facial de clientes que entram nas lojas e passam por departamentos identificando áreas quentes, conversão e frequência por categoria de produtos X sexo e faixa-etária, com a validação de identidade comunicando com a central de prevenção de perdas, que na verdade são computadores, sistemas e câmeras integrados pela internet, tomando decisões em tempo real pelas configurações previamente estabelecidas, não só evitando fraudes como aumentando a eficiência operacional com a assertividade e diminuição do tempo de atendimento e maior segurança.
– Ou na nossa vida diária a substituição de um bem de consumo durável como a máquina de lavar que de forma autônoma avisa do término de seu tempo de vida útil, e conectada à internet ela sozinha te avisa no seu fluig/Facebook/WatsApp ou o que as pessoas estiverem mais usando, risos. O quê? Ser avisado por email ou SMS? Não… A geração Z não usa mais essas coisas, risos…
Ah! Tem outros 2 exemplos joia e que não estão distantes:
– Pense você no dia a dia corrido, e sua geladeira com censores que reporá sua dispensa sozinha e automaticamente com os supermercados de melhor preço te deixando à par pelos meios citados acima, nesse caso um consultor (supermercado muda totalmente substituindo repositores por consultores…) poderá te ligar ou chamar num chat pelo seu smartphone caso haja alguma discrepância ou oportunidade de up selling;
– E no caso dos presentes de aniversário para pessoas cadastradas na sua “cloudcontacts da vida”. Computadores e sistemas fazendo a cotação automaticamente e mediante sua aprovação através, de novo, dos meios citados pelo seu smartphone à qualquer hora e de qualquer lugar, a compra é feita e entregue em sua casa ou na do presenteado com bela mensagem enviada também automaticamente, após confirmação de entrega pela logística, claro, cujo produto possui o EPC/RFID que automaticamente informa a saída do caminhão no local do GPS confrontado com o endereço de entrega.
A internet das coisas tem como premissa a identificação de máquinas, computadores, dispositivos móveis, imóveis, eletroeletrônicos, eletrodomésticos, animais, pessoas, telefones e tudo mais que se possa identificar para que se comuniquem. Para isto está havendo o aumento do famoso número IP, movimento chamado IPV6.
A sigla IP é Internet Protocol, aquele endereço de cada ponto conectado à internet, hoje predominante com IPV4, apesar do sucessor IPV6 existir desde 2008, mudando a capacidade de endereçamento de 32 para 128 bits, entre outras importantes melhorias. Só para se ter ideia, hoje o IPV4 suporta cerca de 4 bilhões de endereços simultaneamente (daí o uso do IP dinâmico) e com o IPV6 todo “conectado” poderá ter um IP Fixo pela capacidade de cerca de 3,4X1038, (meu Deus, agora precisaremos de um matemático para explicar esse número, mas é muita coisa, acreditem, risos…).
Sabemos que essas transformações são infindáveis, mas em nossa avaliação vemos 3 pontos que transformarão o varejo com a internet das coisas em curto tempo com viabilidade e custo X benefício:
1ª) Supermercados sem controles de procedimentos básicos como valor e quantidade do estoque físico da loja bater com o sistema geram perdas mensais de 2,5% a 8,0% do faturamento bruto. Necessidades de rapidez e assertividade para prevenir perdas pelo desafio de margem com a globalização anywhere/anything/anytime.
2º) Sobrepujar o Showrooming com experiência de compra, assertividade e eficiência é o sonho de todo varejista, principalmente os de mix comodities como eletroeletrônicos e eletrodomésticos, mas já atingindo vestuário.
O showroomer está dentro de nossas lojas em todo país, não se engane que só acontece nas metrópoles. É aquele cliente que de dentro da sua loja procura as melhores ofertas na internet de seu smartphone e, pode deixar sua loja sem comprar se encontrar um produto, preço, desconto melhor, ou se conseguir sua compra pela internet entregue em casa
3º) Mudanças no RH do Varejo com vendedores mais digitalmente especialistas da geração Z, que querem desafios constantemente, fazem mais de uma coisa ao mesmo tempo e tudo num só lugar, na ponta dos dedos.
A preocupação do varejo não apenas com seus clientes, mas também, seus funcionários. A exemplo da Camisaria Colombo com o fluig nesse vídeo, que mostra esperarem aumento de suas vendas através da experiência de venda com vendedores mais bem informados e engajados.
Sentiu a necessidade de um glossário? Não fique preocupado, no próximo mês explicamos mais na nossa série: O Varejo Brasileiro e o Mundo Digitalizado by Cláudio Santos.
Até a próxima!
Cláudio Santos