O empreendedor planejou, se organizou financeiramente e escolheu um negócio para chamar de seu. Mas, e agora, qual é o próximo passo? Escolher o local onde o negócio vai funcionar. Nem sempre fácil, esta tarefa é, talvez, a mais estratégica para o sucesso do negócios, principalmente quando falamos de varejo. A tarefa pode ser bem complicada, por isso, Guilherme Siriani, sócio-diretor da ba}Expansão, consultoria especializada em gestão de redes, varejo e franquias, listou os principais passos para escolher o melhor ponto para o seu negócio.
1. Conheça seus futuros vizinhos
Quando se vai alugar uma casa para morar, por exemplo, muitas pessoas têm curiosidade para conhecer o vizinho antes de fechar o negócio. Segundo Siriani, isso deve ser feito também na hora de escolher um ponto para o negócio. “O ideal é que o interessado vá ao local e conheça as pessoas e os negócios que a circundam. Elas podem ser muito úteis para dar feedback sobre a região, como fluxo de pessoas, carros, ramos de atividade mais demandadas ali, além é claro de dar detalhes sobre a segurança do local e até curiosidades importantes do bairro”, diz o especialista.
2. Prepare-se para negociar
Informação é poder. Após selecionar um ponto, o interessado deve partir para a negociação. “É neste momento que as informações, como o preço do metro quadrado da região e, até mesmo, o preço dos aluguéis de espaços concorrentes podem se transformar em importantes argumentos para persuadir o proprietário do imóvel pretendido. Também é importante ter uma certa frieza, sabendo a hora certa de ceder, mas sem perder o foco no budget pré-definido no planejamento”, afirma o consultor.
3. Fique de olho olho na concorrência
Saber quais negócios já funcionam na região é fundamental antes de escolher o imóvel. “Ao realizar a análise de disponibilidade de ponto é preciso olhar os polos de atratividade e concorrência da região”, aconselha Siriani. “O interessado deve observar se as operações que estão ali têm vida sadia, com lojas com fachadas bonitas, por exemplo, e se são de segmentos que complementam o negócio que se pretende abrir”, completa. Segundo o consultor, quanto mais lojas estiverem funcionando na região, mais o ponto de venda se torna atraente.
4. O negócio cabe aqui?
Uma pergunta simples mas que, segundo Siriani, muitas vezes é ignorada pelos empreendedores. “É preciso saber se o ponto pode sofrer adaptações e quanto isso impacta no orçamento do empreendedor. Este, aliás, pode ser um bom argumento para pedir desconto antes de fechar o negócio”, diz o sócio-diretor da consultoria.
5. Como o cliente pode chegar até aqui?
O empreendedor deve relacionar o produto ou serviço que vai oferecer com o movimento da região e como as pessoas têm acesso ao ponto escolhido. “Lojas de artigos para a casa, por exemplo, devem estar no caminho de volta e não de ida do cliente, enquanto locais de alimentação têm de estar em locais onde o fluxo de pessoas no horário de pico seja favorável para o consumo dos produtos”, lembra.
6. Comprar ou alugar?
Segundo o consultor, o aluguel é um bom ponto de partida. “Alugar é mais aconselhável, porque desta forma o empreendedor não está comprometendo o capital em um imóvel, ainda mais no início, em que o investimento com a operação, fluxo de caixa e estoque são maiores”, afirma. A compra do imóvel, porém, pode ser considerada para uma segunda loja, já com mais conhecimento das particularidades do negócio e mais experiência adquirida.
7. Como escolher entre dois pontos?
Pior do que não encontrar um ponto para abrir o negócio é encontrar dois ótimos pontos e não conseguir se decidir sobre qual é a melhor opção. Para que os empreendedores não se precipitem e acabem escolhendo o errado, Siriani dá a última dica: “perca tempo e use a matemática”. Segundo ele, a melhor saída é contar quantas pessoas passam em cada um deles por dia e também nos finais de semana. “Além disso, algumas perguntas-chave podem servir para desempatar: o local é acessível?, os pedestres podem chegar tão facilmente quanto quem está de carro, por exemplo?”, finaliza.