Executivos destacam durante o BR Week os principais desafios encontrados na hora de aplicar novas soluções digitais
Com o advento de novas tecnologias a cada dia, muito se fala sobre o impacto revolucionário que as soluções digitais prometem em relação aos processos e métodos tradicionais. Mas, na prática, como é possível extrair o máximo potencial das diversas tecnologias existentes?
Para Ricardo Chisman, diretor executivo da Accenture do Brasil e mediador do debate durante o BR Week “este é um tema complexo mas que merece ser explorado” . Confira a seguir alguns dos cases que obtiveram resultados a partir de tecnologias indispensáveis.
1) NÃO SE TRATA APENAS DE TECNOLOGIA
De acordo com uma pesquisa feita pela Paquetá Calçados, as duas maiores insatisfações das consumidoras, que formam seu maior público, envolvem principalmente dificuldades em encontrar o número correto e aguardar nas longas filas até o caixa. Para endereçar essas questões a empresa desenvolveu um projeto de venda assistida com smartphone em que o vendedor ficaria apenas 20 segundos longe do cliente. A proposta seria, caso não houvesse a numeração correta, oferecer um catálogo eletrônico capaz de encontrá-la rapidamente, finalizar a venda e enviar para a casa do cliente em 24 horas. “Descobrimos a necessidade de dominar 80 capacidades para implementar a solução, das quais 70% envolvem tecnologia e 30% a mudança de condicionamento”, revelou Jorge Nitschke, CIO da companhia.
2) CRIAR OPORTUNIDADES EXIGE MUDANÇAS CONSTANTES
No entanto, como fazer para usar a tecnologia para reduzir despesas e manter o negocio competitivo? Fernando Fanizzi, diretor de TI da Óticas Diniz, garante que a tecnologia da informação não deve estar mais alinhada ao negócio: “ela é o próprio negócio”. No Brasil, que hoje enfrenta uma das piores crises da história, o maior desafio da tecnologia é a consolidação dos negócios, defende Diniz. “Nesta economia globalizada, o cliente entra na loja sabendo mais do que o vendedor, algo que não ocorria no passado. Se o usuário na ponta não comprar a ideia, não sentir que ganhou com aquilo, fica difícil implantar uma inovação, pois tudo o que é novo assusta e preocupa. Quando não há tecnologia suficiente para sustentar a operação e atender a expectativa do cliente, aparecem tecnologias disruptivas, com modelos simples, mais baratos, e que atendem uma carência agregando valor”, disse o porta-voz.
3) SABER SELECIONAR A TECNOLOGIA ADEQUADA É CRUCIAL
E o que precisamos fazer para que os projetos de tecnologia deem resultado e criem valor? Usar mobilidade para transformar a experiência de consumo e nuvem para levar facilidades até a ponta. Para Ronan Maia, head de consumer da TOTVS, há três fatores para que isso aconteça: pessoas, processos e tecnologia. “É preciso recrutar pessoas alinhadas aos valores e visão da empresa, levando em consideração fatores como liderança, engajamento, clima organizacional e competências. Deve-se selecionar tecnologias apropriadas que realmente enderecem problemas e atenda necessidades a serem atendidas na jornada do clientes”, sugere o executivo. Em vista do mosaico imenso de tecnologias diversas disponíveis hoje, é necessário levar em conta o momento que a empresa se encontra, já que elas podem transforar inclusive a experiência do gestor.
4) O EQUIPAMENTO HOJE PERTENCE AO CLIENTE
Aparecido Raposo, vice-presidente de inovação da Associação Brasileira de Automação Comercial (AFRAC), também responsável pelas aquisições da Linx, o equipamento hoje pertence ao próprio cliente, por isso a importância das tecnologias de mobilidade. “Viemos de uma época onde o varejo não tinha a contextualização do CRM e RP – era apenas a caixa registradora e ponto final. Hoje o profissional de TI deve uma pessoa engajada no negócio, e tem que saber inclusive quanto e quando a empresa vendeu antes que qualquer um, já que ele é o grande diferencial de tudo isso”, defende Raposo.