00:00 · 22.08.2015
O mercado de moda no Ceará está se expandindo, apesar de enfrentar, assim como ocorre no resto do País, desafios provenientes da crise econômica. É o que afirmou o diretor de negócios da consultoria empresarial Tani Brazil, Luis Taniguchi, que veio ontem, a Fortaleza, para participar do Maxi Moda 2015.
“Eu venho para o Ceará já tem uns quatro anos. A gente vê que, a cada ano, o número de eventos aqui aumenta e o número de pessoas voltadas ou que estão ligadas à moda é cada vez maior. É um mercado em expansão, grandes empresas aqui estão investindo em moda, e só tem a crescer agora”, disse.
Taniguchi palestrou sobre estratégias e ações que podem ser adotadas pelas empresas para driblar o período de desaquecimento da economia. Segundo ele, os empresários se deixam levar pelo alarde de que há uma crise e acabam tomando medidas drásticas sem saber se a empresa está realmente sofrendo com determinada situação.
“O empresário fica ouvindo que está todo mundo mandando embora e também quer despedir funcionários, sem saber se a equipe dele já é a mínima. Muita gente que está trabalhando está se guiando no escuro”, ressaltou. “É preciso identificar qual é o maior problema que o negócio está tendo e, a partir daí, buscar a solução”, acrescentou.
Debates
Incentivar discussões sobre como se reinventar nos negócios, em meio à conjuntura instável do País, foi justamente um dos objetivos desta oitava edição do Maxi Moda, evento que aconteceu ontem, no Shopping Iguatemi, trazendo palestras e debates com grandes nomes da moda brasileira.
De acordo com a idealizadora do Maxi Moda, Márcia Travessoni, o evento buscou discutir a moda também como um negócio, colocando em pauta, durante o “Seminário de Business de Moda do Nordeste”, assuntos que são pouco abordados no ramo. “A gente fala de gestão, estratégia comercial, criação. A gente fala de tudo que às vezes um evento de moda não fala, porque geralmente dão muito destaque aos desfiles”, disse.
A sala de cinema do UCI Ribeiro, onde ocorreram as palestras, estava lotada de pessoas interessadas no tema. Juliana Falcão, estilista da marca Kokid, por exemplo, disse ter ido em busca de inspiração para inovar. “Gostei muito do que foi falado em uma das palestras sobre a coleção da marca ser como uma história que será contada ao consumidor. Quero aplicar essa ideia no meu negócio”, afirmou.
Márcia Travessoni acredita que o Ceará tem boas perspectivas para os estilistas que estão entrando no ramo da moda atualmente.
“A gente tem uma geração nova de estilistas muito bons. É gente que as faculdades estão colocando no mercado e que estão vindo com outros pensamentos”, observou.
Criatividade
Ela também ressalta que a criatividade das marcas cearenses tem sido importante no fortalecimento do mercado local.
“O setor de moda aqui é bem diversificado. A gente tem o DNA muito criativo e temos fortes segmentos, tanto de lingerie, moda infantil, jeanswear, calçados, moda praia. Ou seja, o Ceará tem um leque de possibilidades na moda”, afirmou.
Diário do Nordeste on-line – CE