31/07/2015 às 05h00
Por Sérgio Ruck Bueno | De Porto Alegre
Em meio à forte desaceleração econômica e à retração do consumo, a Lojas Renner apurou alta de 33,5% no lucro líquido do segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2014, para R$ 158,2 milhões. A receita líquida cresceu 21,9% ao se computar apenas as vendas de mercadorias, para R$ 1,354 bilhão, e 22,4%, para R$ 1,536 bilhão, com a inclusão de produtos financeiros. As vendas em mesmas lojas deram um salto de 14,5%, ante 10% no segundo trimestre de 2014. Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores Laurence Gomes, o desempenho deveuse à correção no desenvolvimento das coleções, na distribuição dos produtos e na manutenção de estoques ajustados nas lojas, o que reduz a necessidade de reduções de preços. O lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) total subiu 31,5%, para R$ 326,2 milhões. A margem bruta das operações de varejo cresceu 1,1 ponto percentual, para 55,3%, com evolução em todas as bandeiras da empresa, disse Gomes. Na Camicado, de utilidades domésticas, houve ganho com o aumento da participação dos importados sobre as vendas, de menos de 20% para 25% a 30%, graças ao desenvolvimento de fornecedores na China. Os produtos financeiros, que incluem os cartões “private label” e embandeirados, tiveram expansão mais modesta, de 3%, para R$ 54 milhões, pressionado pelo aumento da inadimplência na área de empréstimos pessoais e pela alta dos custos de “funding” puxada pela taxa Selic. Segundo Gomes, a operação de empréstimo pessoal é mais suscetível à conjuntura macroeconômica, e por isso a Renner vem aprimorando os processos de cobrança e concessão de crédito. Mesmo assim, as perdas líquidas de recuperação no segmento chegaram a 5,2% sobre a carteira, ante 2,8% no mesmo intervalo de 2014. A decisão de desfazer a parceria com o Banco Indusval no segmento de cartões de crédito e de pedir autorização ao Banco Central para criar uma instituição financeira própria Realize Crédito Financiamento e Investimento deveuse a problemas operacionais. A migração e integração dos sistemas era complexa e extrapolou os prazos estipulados. O pedido ao BC será protocolado “nos próximos dias”. Gomes disse que o plano de expansão para 2015 está mantido. A previsão é abrir neste ano 25 lojas Renner, dez Camicado e dez Youcom, de moda jovem. No segundo trimestre foram inauguradas dez unidades Renner, cinco Camicado e três Youcom.
Valor Econômico – SP