A varejista de decoração e produtos para casa Zôdio está deixando o Brasil. A unidade localizada na Marginal Tietê, na zona norte de São Paulo, deve ser fechada na última semana de dezembro, apurou o Valor.
O Grupo Adeo, detentor das marcas Zôdio e Leroy Merlin, anunciou a chegada da Zôdio ao país somente há dois anos, no fim de 2017. A companhia fez mudanças no formato e no portfólio da loja desde então, mas as vendas teriam ficado abaixo do projetado.
Procurada, a empresa confirma o fechamento da unidade, mas não detalha as razões.
Segundo uma fonte do setor, o modelo de operação “faça você mesmo”, foco central da Zôdio no mundo, que leva o cliente a comprar os produtos e montá-los, não teria sido bem recebido no país. Somado a isso, a crise econômica também afetou o desempenho.
A empresa fez mudanças na estratégia, reduzindo o peso desse formato nas vendas, e passou a concentrar a atuação em produtos com preços menores. A mudança teria trazido resultados melhores, diz uma fonte ouvida, mas como este não é o modelo global, a rede teria preferido interromper a operação no país.
A empresa está liquidando estoques e há expectativa de que parte dos funcionários sejam transferidos para lojas da Leroy Merlin, diz uma segunda fonte ouvida.
No ano passado, a Adeo divulgou desempenho mais fraco no mundo. O grupo, controlado pela família Mulliez, com 14 redes e presença em 15 países, tem 800 lojas e cresceu 4,5% em 2018, abaixo da média anual de 9% entre 2012 e 2017, segundo dados de balanço. O faturamento atingiu € 23 bilhões em 2018. Não há números da operação brasileira.
Hoje, além da Zôdio, o modelo “faça você mesmo” é explorado no mundo pela sueca Ikea, que começa a operar no Chile em 2021, e estaria estudando a entrada no país, como o Valor informou no ano passado. A Ikea não confirma esta informação.
Fonte: Valor Econômico