Comprada no fim do ano passado pela Petz por R$ 715 milhões, a Zee.Dog quer aplicar o design que fez a fama dos seus acessórios às gôndolas da maior rede de pet shops do país. A “grife” dos gêmeos cariocas Thadeu e Felipe Diz vai assumir a construção das marcas próprias da Petz — do comedouro à pá sanitária — com a missão de tirar o visual de “catálogo chinês”, transformando commodity em diferencial.
— As marcas próprias da Petz são competitivas, muitas vezes ocupam a primeira ou segunda posições em suas categorias nas lojas. Mas se parecem muito com o que se vê em concorrentes como Petlove e Cobasi. Por serem varejistas, empresas como essas nunca se preocuparam muito com times criativos. Agora, a gente quer que você não encontre nada parecido em outros lugares — afirma Thadeu Diz.
Parte da estratégia se deve à percepção de que as marcas próprias têm um peso aquém do seu potencial no balanço. Eles respondem por apenas 3,5% do faturamento da Petz — que somou R$ 2,4 bilhões em 2021 —, contra 20% em grandes redes internacionais, segundo Aline Penna, diretora financeira da Petz.
O trabalho será delegado ao recém-lançado Petz Innovation Studios, capitaneado por Felipe Diz e pelo estúdio da Zee.Dog em Madri. Também caberá ao núcleo a produção de conteúdo e a gestão de redes social, serviços tocados hoje por agências externas. Outra missão será reelaborar a experiência do app da Petz
— A gente está encaixando duas expertises: logística e distribuição de uma grande varejista com a potência criativa. É como se fosse a eficiência do Tim Cook com o design do Jony Ive — brinca Diz, referindo-se ao CEO da Apple e ao celebrado designer do iPhone.
Como a Zee.Dog só começou a ser integrada à Petz este ano, seus números não apareceram no último balanço da rede. Mas a marca diz ter crescido 75% em 2021, com faturamento R$ 220 milhões. Já no quarto trimestre, todas as 168 lojas da Petz passaram a vender 200 produtos da Zee.Dog, alavancando em 850% as vendas da marca na varejista. No segmento de coleiras e guias, ela abocanhou 40% das vendas.
Em paralelo, a Zee.Dog está reformulando sua própria posição como varejista. A marca está deixando de renovar os contratos dos seus quiosques em shoppings para transformá-los em lojas:
— Era um ótimo negócio, mas não projetava mais o momento da marca. Entendemos que chegou ao fim esse posicionamento.
Segundo Aline Penna, uma das possibilidades estudadas é usar a Zee Dog como a presença da Petz no varejo de proximidade, já que o grupo não tem pequenas lojas de bairro.
Fonte: O Globo