Lista de material? O seu próprio smartphone. A partir da próxima semana e durante uma quinzena, as lojas Zara do Colombo, em Lisboa, e do NorteShopping, em Matosinhos, vão disponibilizar uma experiência de realidade aumentada para quem anda às compras. Tudo o que precisa é um smartphone e a nova aplicação Zara AR, que pode ser descarregada no iTunes e Google Play, através dos QR codes dispostos nas lojas ou da aplicação da marca.
Haverá três locais, dentro das lojas, devidamente assinalados: as montras, os expositores centrais e a as caixas de entrega das encomendas online. Basta abrir a aplicação, posicionar o telefone na sinalética e começa o desfile da nova coleção Studio SS18. As modelos Léa Julian e Fran Summers começam a percorrer a loja em sequências de sete a 12 segundos, nos ecrãs dos dispositivos dos clientes. E chegam mesmo a conversar. Todas as peças que usam podem ser compradas no momento, clicando diretamente na aplicação ou fisicamente na loja.
A experiência está disponível a partir desta quinta-feira, 12 de abril, mas apenas durante duas semanas, tempo estimado para a permanência da referida coleção em loja. Em casa ou no trabalho, também é possível ter uma amostra de como aplicação funciona. Basta focar a câmara na homepage do site da Zara para que as duas modelos voltem a aparecer.
Além da compra direta, a nova aplicação também possibilita que o utilizador partilhe a experiência nas redes sociais, na forma de fotografias ou de vídeos. Nas montras, que estarão vazias, a aplicação colocará as manequins a percorrer o espaço. No final da primeira semana, serão introduzidas novas sequências. No total, são 12 e foram capturadas como hologramas num cenário de 170 metros quadrados, equipado com 68 câmaras.
A Zara AR foi desenvolvida por Ezra Petronio, diretor criativo sediado em Paris e cofundador da revista Self Service, em conjunto com a empresa francesa HOLOOH e com o INRIA, Institut National de Recherche en Informatique et Automatique. A experiência está disponível em 137 lojas de todo o mundo, mais um passo da marca espanhola, pertencente ao grupo Inditex, para aliar as últimas tecnologias ao retalho de massas. Primeiro, com as caixas de pagamento automático em algumas lojas espanholas, e, mais recentemente, com a abertura da primeira loja Click & Collect, no Reino Unido.
O interesse das marcas de moda na realidade aumentada tem estado a crescer. No ano passado foi a vez da Burberry desenvolver a sua própria aplicação, possibilitando aos utilizadores experimentar padrões e desenhos na decoração que os rodeia. A Gap explorou o mesmo território, à semelhança de marcas de decoração como a Ikea e a Anthropologie, e de marcas de cosmética. A L’Oréal foi a pioneira, mas a Sephora, a Charlotte Tilbury e a Rimmel vieram logo a seguir. “Será tão essencial como ter um website”, afirmou Tim Cook, CEO da Apple, à Vogue britânica, em outubro do ano passado. “Acredito que nenhum setor ou indústria ficará indiferente à realidade aumentada”, concluiu.
Fonte: Observador