Por Cristian Favaro
O presidente Westwing, Andres Mutschler, defendeu que a rede de móveis e decoração fez importantes ajustes na sua operação no ano passado e que vão ajudar o grupo a enfrentar um cenário ainda difícil para a indústria neste ano, com a economia patinando e o consumidor com pouco dinheiro no bolso.
“Ano passado foi um ano difícil, mas a companhia fez um movimento relevante de redução de custo de caixa e mantivemos a liquidez em quase R$ 220 milhões (considerando caixa e recebíveis). A gente acha que a estratégia foi acertada para continuar a enfrentar o período desafiador que vai ser 2023”, defendeu o executivo, em teleconferência de resultados.
A Westwing registrou prejuízo líquido de R$ 24,5 milhões no quarto trimestre de 2022, uma melhora de 30,3% ante o prejuízo de R$ 35,2 milhões do mesmo período de 2021. Mas a receita líquida apresentou queda de 14,6% no trimestre, para R$ 69,57 milhões. Já o GMV (volume bruto de mercadorias, na sigla em inglês) caiu 6,9%, para R$ 92,37 milhões – o que ainda assim é uma melhora contra os trimestres anteriores, com -21% (ano contra ano) no segundo trimestre de 2022 e -22% no terceiro trimestre de 2022.
“Apesar de ter contração contra o período de pico (que foi a pandemia), quando as vendas on-line dispararam, a empresa mantém uma grande participação no mercado. Em 2022, mudamos a estratégia em redução de consumo de caixa e maior rentabilidade”, disse, destacando que a movimentação do grupo veio após eles perceberem, no fim de 2021, um mercado aquém do esperado.
A empresa registrou um consumo de caixa de R$ 1,6 milhão no quarto trimestre, redução de 76% se comparado ao trimestre imediatamente anterior e 96% contra o quarto trimestre de 2021.
Questionado por analistas, o executivo disse que, para este ano, o grupo não espera o mesmo nível de consumo de caixa do ano passado. “Em 2022, tivemos cerca de R$ 61 milhões de consumo de caixa. Nossa expectativa é de melhora na medida em que a gente continua trabalhando em alavancas [como menor custo fixo e de infraestrutura e negociação no prazo de pagamento a fornecedores]”, defendeu o executivo.
O executivo disse ainda que a empresa não tem plano de abrir lojas físicas neste ano. “Temos hoje nove lojas em operação, que representa 20% do GMV total. O GMV médio de todas as lojas é maior do que a nossa loja mais antiga, na Vila Madalena, que temos desde novembro de 2016”, disse. A última loja aberta do grupo foi no shopping Tamboré (SP). No quarto trimestre, foram inauguradas quatro lojas no total.
Fonte: Valor Econômico