Com estratégia de marketing mais agressiva, a rede já observa que o carrinho de compras dos clientes foi ampliado
O Walmart tem conseguido elevar o tíquete médio em suas lojas. De muitos clientes já avança 40%, em média. No ano passado, a rede registrou um faturamento de R$ 29,3 bilhões, o que representou uma queda real de 9,3% sobre 2014. Para recuperar as vendas, a varejista norte-americana decidiu ser mais agressiva em preço este ano. Reformulou a campanha de marketing“Quem economiza, realiza”.
Segundo Adriana Muratore, vice-presidente comercial e de marketing do grupo no Brasil, a ação já surte efeito. “A frequência de visitas ainda cai. Mas nosso público tem elevado sua cesta de compra”, disse a executiva durante evento que ocorreu na quarta-feira (25/5), para anunciar a ampliação do programa de monitoramento por satélite da carne bovina, comercializada pela varejista no País. “A renda do brasileiro de classe média e baixa tem sido muito prejudicada com a crise econômica e, por conta disso, também sentimos um movimento de trade down em suas compras. Ou seja, ele tem substituído marcas, versões e produtos que estava acostumado a levar por similares mais baratos. Estamos buscando nos adequar às suas novas necessidades, analisando melhor seu comportamento”, disse Adriana.
Para isso, o grupo disponibiliza cerca de 3 mil itens únicos, entre embalagens econômicas exclusivas, importados, exclusivos e, claro de marcas próprias, com preços mais competitivos. Até o final do ano, vai lançar mais de 800 itens de marca própria, que custam de 10% a 30% menos do que seus correspondentes. “Estamos revendo nosso sortimento e acirrando negociações com os fornecedores”, destacou a executiva. A campanha conta ainda com depoimentos de antigos clientes do Walmart para reforçar esses diferenciais.
Segundo Adriana Muratore, o que também tem avançado é a penentração nos lares e as vendas dos produtos de marca própria da rede. Ela também aproveitou para reforçar que “Preço baixo todo dia” é o modelo de negócio do Walmart e não estratégia. Para este ano, já estão previstas inaugurações de novas lojas. A executiva ressaltou ainda o investimento de R$ 1 bilhão em 2016 para, entre outras coisas, melhorar a eficiência operacional e elevar produtividade nas unidades. Além disso, confirmou o fim do longo processo de integração das lojas agora no segundo semestre.
Sistema de monitoramento de carne
Desde o início do ano, o Walmart Brasil passou a monitorar 100% das fazendas (isso representa mais de 75 mil) que fornecem carne aos frigoríficos com cerca de 30 plantas na Amazônia. Caso de JBS, Marfrig, Boiforte e Masterboi. Após experiência bem sucedida, a varejista decidiu expandir o programa de monitoramento por satélite da carne bovina para todo o País. O sistema é fruto de cinco anos de trabalho e conta com investimento de R$ 1 milhão. Tem como diferencial integrar em um mesmo sistema dados de satélite que mapeiam desmatamento, terras indígenas e unidades de conservação, além de informações de listas públicas de áreas embargadas e trabalho escravo.
A ferramenta é desenvolvida pela Agro Tools. O programa também busca o desenvolvimento da cadeia produtiva. Um exemplo é o projeto desenvolvido em São Felix do Xingu, no Pará. Liderado pela TNC (The Nature Conservancy), Marfrig e, claro, Walmart, o projeto será responsável por levar às lojas da rede uma carne mais sustentável e por entregar ao mercado um modelo de produção que associa mais produtividade no campo a maior preservação da floresta. Para fomentar o consumo consciente, o Walmart lança nas redes sociais uma campanha com a hashtag #eucomproconsciente.