Até o fim do primeiro semestre de 2018, o Walmart vai instalar self checkout _ caixas pilotados pelos próprios clientes – nas lojas que, como a antiga Big da Avenida Sertório, em Porto Alegre, que fechou nesta quarta-feira para reabrir “reinventada”, com as cores e o nome global da rede na quinta. O sistema já está em teste no país e será acompanhado por tecnologia e mecanismos para inibir má utilização.
Para abrir o novo Walmart da Capital, foram contratadas 60 pessoas como reforço ao time de 300 “associados” – como a empresa chama os funcionários. É um dos sintomas do que o presidente da Walmart Brasil, Flavio Cotini, chama de trabalho da porta para fora. Depois de ficar muito tempo focado em questões internas resultantes das massivas aquisições no Brasil, é hora de olhar com mais cuidado para o cliente, diz Cotini. Essa é uma das explicações que o executivo dá quando ouve queixas de consumidores sobre filas e má conservação de alimentos.
Cotini fez questão de mostrar pessoalmente à coluna a nova área de perecíveis – frutas, verduras, legumes. A intenção é dar à rede vantagem na dura competição com os “atacarejos”. Para seguir oferecendo preços baixos, mas reconquistar público, o Walmart apostou no que seu vice-presidente, Bernardo Perloiro, chama de “a bela e a fera”. A beleza fica por conta do capricho na exposição de perecíveis e produtos nobres, a ferocidade, na colocação de produtos na prateleira dentro das caixas e até em pallets inteiros dispostos pelos corredores. Tudo para aumentar a produtividade.
– Isso libera pessoal para melhorar o serviço de caixa – frisa Cotini.
O presidente nacional reforça que, em três ou quatro anos, todas as redes adquiridas pelo Walmart adotarão a bandeira da empresa fundada por Sam Walton. No Estado, significa o fim de Big e Nacional. No Paraná, da Mercadorama, com mais de cem anos. No Nordeste, da Bompreço. Mas é no Rio Grande do Sul que está a grande concentração de unidades, com 20% do número de lojas. É por isso que aqui funciona o centro de serviços da Walmart. Tinha pouco mais de mil funcionários, agora tem quase 2 mil.
No país, a combinação entre demissão de executivos e o pesado investimento de R$ 1,5 bilhão da Walmart na reformatação das lojas fez circular a informação de que a divisão brasileira teria recebido um ultimato: ou estabilizava os resultados até 2019, ou abandonava o país. Perguntado sobre como foi o episódio, Cotini afirmou:
– Não recebi ultimato. Também nunca trabalhei em empresas que me dissesem ‘reduza vendas e piore o resultado’. O Walmart tem cultura de resultado, com crise ou sem crise, mas nenhum ultimato.
Fonte: ClicRBS