A empresa brasileira Vtex, uma das principais fornecedoras de sistemas para lojas virtuais no país, fechou a compra da americana UniteU. Com o negócio, a Vtex dobra o número de clientes para mais de 100 e quadruplica seu time nos Estados Unidos, agora com 24 pessoas. A meta é dobrar a participação das receitas internacionais em sua operação. Trata-se da oitava aquisição da Vtex, mas a primeira nos EUA. O valor da operação não foi revelado.
“Crescer nos EUA, sendo uma empresa brasileira, tem seus desafios. Por isso, decidimos que a compra de empresas menores poderia ser um caminho para acelerar alguns passos”, disse Alessandro Gil, diretor de marketing e novos negócios da Vtex.
Fundada em 1999, a UniteU tem receita anual na casa de US$ 9 milhões, segundo o site Owler.com. Entre seus clientes estão a marca de relógio Invicta Watches e a loja de itens de golfe Worldwide Golf.
Soumen Das, fundador e exCEO da UniteU, se juntará à equipe da Vtex nos EUA e atuará como vice-presidente sênior da empresa. Segundo Gil, a ideia é manter a marca e as tecnologias da companhia e, aos poucos, fazer uma transição dos clientes para os produtos desenvolvidos pela Vtex. Sua carteira é composta por 2,5 mil clientes em 20 países. Sony, Walmart, Whirlpool, Coca-Cola e Lego estão entre eles. A empresa atua fora do Brasil desde 2011.
Nos EUA, a operação começou a tomar forma na segunda metade de 2015 dentro de um esforço de ampliação da atuação internacional da companhia, que incluiu a Europa. Naquele momento, Alexandre Soncini, que era responsável pela expansão na América Latina, foi para os EUA. Mariano Gomide, cofundador da companhia, mudou-se para o Reino Unido. Hoje, as vendas fora do Brasil representam 30% dos negócios. A expectativa é que o percentual alcance 60% entre 2021 e 2023.
No ano passado, a Vtex ficou próxima da meta de R$ 200 milhões de receita, um crescimento de cerca de 50% na comparação com 2017. Gil não revela a expectativa para 2019. “O objetivo da companhia é uma abertura de capital, por isso estamos mais preocupados com questões de governança e com a divulgação de números”, disse. Em entrevista ao Valor em 2018, Gomide disse que a empresa, que tem como sócio o fundo Riverwood Capital, não precisa de um sócio porque é geradora de caixa e faz investimentos com capital próprio, mas que poderá ser vendida uma fatia minoritária até 2022.
Fonte: Valor Econômico