Por Fernanda Guimarães e Adriana Mattos | Os fundos de private equity Vinci e Advent, além do fundo soberano de Abu Dhabi Mubadala estão na disputa para a compra das operações da Outback no Brasil, apurou o Valor. A decisão da venda do ativo brasileiro se deve às dificuldades financeiras de sua atual controladora, a Bloomin’ Brands.
O mandato de venda do ativo está nas mãos do Bank of America, que tem sondado os potenciais interessados. Segundo fontes, o desfecho ainda levará alguns meses.
Os três fundos têm conhecimento no setor. O Mubadala, por exemplo, tem se debruçado em construir no Brasil uma conglomerado de franquias do setor alimentício sob o guarda-chuva da Zamp, dona do Burger King e Popeyes no país. Está, em paralelo, em negociações para a compra da Subway no Brasil, após a derrocada do fundo SouthRock.
A Vinci, por sua vez, tem em seu portfólio a rede de pizzaria Domino’s. O Burger King também já foi um de seus investimentos. O Advent já foi investidor da IMC, dono do Frango Assado e KFC.
Vice-presidente executivo de estratégia global de clientes e de Brasil da Bloomin’ Brands, Pierre Berenstein, disse ao Valor em entrevista recente que a venda do Outback no Brasil é uma das “alternativas em análise” e que se não encontrarem um comprador nas condições “adequadas”, a companhia manterá a operação.
Os recursos com a venda, de acordo com a empresa, podem ser para a redução de dívidas do grupo controlador, também na recompra de ações na bolsa americana ou em reinvestimentos nos EUA.
Nesta semana a Bloomin’ Brands reportou resultados fracos, com um lucro de US$ 28,4 milhões no segundo trimestre, queda de 58,4% na comparação anual. Já as receitas de US$ 1,12 bilhão entre abril e junho, redução de 2,9%, ainda na relação anual.
A Outback afirmou que anunciou em maio deste ano que está “avaliando alternativas estratégicas para nossas operações no Brasil”. ” Estamos entusiasmados com o interesse demonstrado em nosso negócio e forneceremos atualizações à medida que houver novidades. Reafirmamos que o Outback Steakhouse é uma empresa com grande valor de longo prazo e continuará operando no Brasil”, frisou, em nota ao Valor.
Já Advent, Vinci e Mubadala não comentaram.
Fonte: Valor Econômico