“Único” elemento considerado pelo Magazine Luiza como ameaçador ao desempenho do varejo brasileiro neste ano, de acordo com entrevista recente do CEO Frederico Trajano, o dólar se torna uma vantagem competitiva para a concorrente Via Varejo. Paulo Naliato, COO (chief operational officer) da dona das Casas Bahia e Ponto Frio, vê sem tanto temor a chegada da moeda a patamares altos neste momento.
Responsável pelo aumento de custo da maior parte das varejistas, o dólar de fato é uma “pressão para todo mundo”, disse o executivo em entrevista ao InfoMoney. Por outro lado, os patamares de estoque com que a Via Varejo trabalha.
“Comparando a Via com qualquer outro concorrente, temos negociações que já aconteceram e estamos com um estoque que nos permite negociar bem, porque estamos bem abastecidos, e gerenciar o repasse do aumento para o cliente em uma condição diferente do que os nossos concorrentes conseguem”, explica Naliato.
Enquanto Trajano disse recentemente ao Valor que o câmbio “trava” negócios, a Via Varejo considera seus 26 centros de distribuição regionais bem abastecidos com valores de negociações anteriores como um “ativo super importante”. E isso é fruto de uma estratégia relativamente recente.
“Se vocês lembrarem, a Via Varejo tinha sempre uma dificuldade grande no mês de janeiro, porque a gente saía de Black Friday, Natal, Saldão com um patamar de vendas super grande e começava o ano com uma dificuldade de estoque”, relembra o COO. “Então a gente foi para um patamar de estoque de fato maior para poder proteger a ruptura e não perder negócio, porque essa regionalização da logística leva a menor custo de entrega, maior velocidade de entrega, mas também demanda um volume maior de produtos”, completa.
O dólar comercial variou -0,99% em relação ao real na última quinta-feira (6), mas permanecia em R$ 4,10 no fechamento do dia. A ação da Via Varejo tem queda acumulada de 42,56% no ano, enquanto Magazine Luiza sobe 56,5% no mesmo período.
Fonte: Infomoney