A operação de marketplace no site do Ponto Frio e da Casas Bahia, que formam a Via Varejo, concentra pelo menos 1,5 milhão de itens, oferecidos por 3,1 mil lojistas. Já uma loja de uma das marcas tem, em média, entre 5 mil e 10 mil produtos, dependendo do tamanho e da área de atuação. A partir de fevereiro, porém, a empresa pretende levar o pacote de fornecedores do mundo virtual para o mundo real.
A companhia está em fase de ajustes de um ambiente virtual exclusivo para atender aos clientes que ainda preferem sair de casa para comprar uma geladeira ou uma panela de pressão em vez usar o computador ou o smartphone. A proposta é que os lojistas ofereçam aos consumidores a mesma quantidade de itens da operação on-line, que concentra milhares de lojas sob as duas bandeiras da Via Varejo.
Se o catálogo do Ponto Frio ou da Casas Bahia não tiver para venda, por exemplo, um aparelho de jantar de uma determinada marca ou uma capinha de celular buscada pelo cliente, o vendedor da loja física vai procurar no marketplace desenvolvido especificamente para atender às lojas físicas e oferecer as alternativas, como uma espécie de multicanal de vendas, ou um catálogo eletrônico.
Paulo Madureira, diretor de soluções e serviços da Via Varejo, conta que a operação de marketplace tem sido uma grande aposta para o grupo e que a ideia é aumentar ainda mais esse potencial. Além de levar a variedade de itens do site para as lojas físicas, o objetivo é aumentar a oferta de serviços para os lojistas, exatamente como é feito há dois anos com a empresa HP. A Via Varejo é responsável pela venda e pelo pós-venda, ou seja, também entrega o produto.
“Podemos ampliar nossa plataforma logística, ganhar ainda mais escala e aumentar os ganhos para os lojistas que integram o nosso marketplace”, diz Madureira. Com isso, a Via Varejo passaria a ter em seus centros de distribuição os itens oferecidos pelos lojistas, em vez de as compras serem despachadas por esses parceiros.
Para os lojistas, a ampliação de canais de distribuição pode representar um maior contato com os consumidores, além de dar maior visibilidade à marca. Por outro lado, se o controle da Via Varejo não for muito rigoroso, a experiência do cliente pode ser tão ruim que há o risco de desistência não só daquela compra, mas de negócios futuros. “Hoje, fazemos um acompanhamento em tempo real das vendas no nosso marketplace”, diz o diretor da Via Varejo. “Se um lojista recebe um determinado volume de pedidos e começa a ter picos, precisamos entender se é apenas uma promoção pontual que atraiu mais consumidores e se ele terá condições de cumprir, de fato, a entrega.”
O controle do lojista, segundo Madureira, começa ainda nos primeiros contatos. Cerca de 80% desses parceiros são micro, pequenos e médios lojistas, com faturamentos que variam de R$ 40 mil a R$ 70 mil. Além de saber que tipo de produto pode interessar aos clientes das duas bandeiras da Via Varejo, a empresa avalia se ele tem escala para cumprir com os pedidos e qual é a sua situação tributária e legal. Problemas com o CNPJ ou débitos com a Receita Federal desqualificam os interessados. A companhia também analisa as queixas contra o lojista junto aos Procons e no site Reclame Aqui. Quem for mal avaliado não consegue fazer parte do time.
A Via Varejo costuma acompanhar as tendências de consumo para encontrar novos lojistas. Um exemplo que a empresa gosta de citar é o spinner, espécie de disco girado no dedo que fez sucesso com a garotada. “Foi uma febre, vendeu muito. Por isso precisamos reforçar as fontes de abastecimento. Em média, esse processo para que um novo lojista integre o marketplace leva de duas semanas a um mês”, afirma executivo.
Madureira garante que a Via Varejo tem uma boa cobertura com a atual oferta de lojistas e produtos, mas sabe que não pode descuidar. “É o tipo de negócio em que precisamos associar a oferta de itens com preço e qualidade”, lembra. Apesar de estar perto de começar a oferecer o catálogo virtual nas lojas do Ponto Frio e da Casas Bahia, o diretor não divulga a projeção de aumento de vendas, tanto nas lojas físicas quanto no marketplace.
Por dentro da empresa
» 950 lojas com as bandeiras Ponto Frio e Casas Bahia
» 80 endereços serão abertos em 2018
» 5 mil a 10 mil produtos oferecidos nas lojas físicas, dependendo do tamanho do estabelecimento
» 3,1 mil lojistas que comercializam em torno de 1,5 milhão de itens
» 80% dos parceiros no marketplace são micro, pequenos e médios lojistas que faturam entre R$ 40 mil e R$ 70 mil por mês
Fonte: Correio Braziliense