Recursos ajudarão a companhia a fortalecer sua estrutura de capital – reduzindo seu endividamento e colocando o caixa em patamares mais alinhados com concorrentes
A Via Varejo levantou R$ 4,455 bilhões em sua oferta subseqüente de ações (follow-on), recursos que vão integralmente para o caixa da empresa.
Como antecipou ontem à noite o Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, a companhia definiu o preço de R$ 15 por ação e alocou integralmente o lote adicional, disseram duas fontes (até o fechamento desta edição, a companhia não havia divulgado o dado oficialmente).
A varejista acabou conseguindo um valor muito próximo ao montante pretendido quando começou a conversar com os bancos sobre uma captação, há um mês. Quando o Valor antecipou o plano da Via Varejo de levantar R$ 5 bilhões, houve reação negativa dos investidores pelo tamanho da diluição naquele momento. Como a ação só subiu nas semanas seguintes, a companhia conseguiu captar mais, diluindo menos. Conforme duas fontes, Michael Klein não acompanhou a oferta, portanto terá sua participação acionária diluída na empresa.
A varejista vem retomando o funcionamento de suas lojas e demonstrou desempenho acima do esperado pelos analistas durante a pandemia, com maior guinada estratégica para vendas digitais, ajudando a elevar o apetite de investidores. Na semana passada, a Via Varejo informou que foram reabertas 600 de suas 1.073 lojas.
O preço fixado na oferta representou um desconto de 3,97% sobre o preço da ação negociado ontem na bolsa, mas foi 11,3% acima da cotação na data de lançamento da oferta. A elevada demanda pelos papéis fez com que a dinâmica de definição de preço fosse agitada ontem. Dona das redes Casas Bahia e Ponto Frio, a Via Varejo conseguiu melhorar ainda ao longo do dia o preço por ação – resultando em um adicional de quase R$ 300 milhões para o caixa.
No final da manhã, a empresa tinha sinalizado aos investidores com reservas no livro da oferta que fixaria o preço a R$ 14. A ação operou com forte valorização e a companhia fez uma segunda rodada com os gestores, sobre a intenção de puxar o preço para R$ 14,75. A ação fechou o dia com alta de 6,69%, a R$ 15,62. Como tinha demanda robusta, os bancos coordenadores conseguiram mais uma vez reduzir o desconto. A oferta base era de 220 milhões de ações, com lote adicional de até 77 milhões de ações. O líder foi o banco Bradesco BBI, ao lado de BTG Pactual, BB, Bank of America, Santander, Safra e XP Investimentos.
Fonte: Valor Econômico