A Via Varejo vai começar, ainda neste ano, a testar a montagem de lojas no formato de quiosques, disse, em teleconferência com analistas sobre o resultado do terceiro trimestre, o presidente da companhia, Peter Estermann.
Segundo ele, o formato tem como objetivo adensar a presença da companhia em locais de alto movimento de pessoas e também testar a entrada em mercados menores. O projeto aprovado pelo conselho da Via Varejo prevê quiosques de 12, 20 e 40 metros quadrados.
O executivo não informou a meta de abertura de quiosques, mas disse que o modelo não está incluído no plano de abertura de 70 a 80 lojas em 2018. Desse total, pelo menos nove serão abertas ainda neste ano, sendo oito do conceito smart (lojas menores e com uso mais intensivo de tecnologia) e uma digital (um modelo ainda menor, onde as compras são feitas por meio de tablets).
Metas
De acordo com a companhia, a primeira fase do projeto Modelo Operacional Via Varejo de Excelência (Movve) gerou avanços importantes e melhores que o planejado. “Batemos metas de vendas agressivas em seis de nove meses. Ano passado, era muito baixo”, disse Estermann.
Segundo ele, em agosto, 73% das lojas atingiram entre 90% e 110% das metas de vendas, uma ampliação do patamar anterior, que era de 40%. Entre os vendedores, o percentual foi de 65%, contra 45% anteriormente. A conversão de vendas aumentou 20% de janeiro a agosto, na comparação anual.
A segunda etapa do programa (Movve 2.0) está em fase de implantação e estará em todas as 960 lojas até abril do ano que vem, segundo a Via Varejo.
‘Marketplace’
Na estratégia de marketplace, a preocupação da Via Varejo está na qualidade, não na quantidade de vendedores cadastrados, disse o diretor de comércio eletrônico da companhia, Flávio Dias. “Não tem valor incremental colocar um cara a mais oferecendo um mesmo produto. Tenho interesse em colocar algo que não tem na base, mas tem demanda. Estamos mais preocupados em manter o nível de serviço. Não tem correria, nervosismo de colocar muitos vendedores por mês na base”, afirmou.
De acordo com ele, a companhia revisou sua base de vendedores recentemente e conseguiu tirar alguns nomes que “deterioravam” o serviço. A ideia inicial, segundo Dias, não era tirar nenhum nome da lista, mas prover suporte para que eles melhorassem. Alguns casos foram revertidos, mas outros precisaram, de fato ser retirados. “A base agora é mais saudável”, disse Dias.
Ao longo de 2018, a Via Varejo pretende criar uma espécie de menu de serviços que poderão ser contratados pelos vendedores que fizerem parte de seu marketplace. Entre as opções estará a retirada de produtos nas lojas da rede, armazenagem, transporte, pagamento, entre outros. Cada vendedor poderá escolher o que mais lhe interessar e cada pacote montado terá um comissionamento diferente, variando de acordo com o número de itens escolhidos.
“Estamos procurando rentabilidade, mas de forma que o vendedor veja que não terá tanto valor em outro lugar e vai querer pagar um comissionamento maior”, afirmou o diretor.
Fonte: Valor Econômico